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Trabalho: fator fundante e transformador do homem

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 15 de mar. de 2013
  • 3 min de leitura

Quando pensamos em trabalho, devemos remetê-lo primeiramente ao fator “fundante”, ou seja, que constrói a concepção do homem como ser humano. Isso, enquanto posição primária, onde o homem como ser social, busca sustento na natureza. Ou seja: não podemos pensar o homem sem trabalho, sem formas de buscar seus meios de subsistência, seu sustento. Por muitos séculos o trabalho ganhou a simbologia pejorativa da dor, do peso, da humilhação, como por exemplo, a escravidão, de desagradável, de ofensivo, etc. E de acordo com as situações, cada sujeito criaria suas estratégias de suportar determinadas condições naquele forma depreciada de trabalho. Mas, para entendermos melhor, podemos dizer que cada “trabalha-dor” utiliza-se de suas habilidades, seus conhecimentos teóricos e práticos para instituir sua subjetividade, sua forma de agir, de pensar, de se ser, de se comportar nesse trabalho, e assim, deliberadamente, extravasar seu peso, seu estresse, seu contentamento ou descontentamento relacionado ao mesmo. Porém, atualmente esse mesmo trabalho que antes era pensado como fonte de dor, desprazer e adoecimento, é também percebido como fonte de saúde e de realização para a vida. Somente através do trabalho é possível a concretização dos objetivos, a transformação do objeto de desejo do trabalhador em algo palpável e transformador. E diante de cada realização, esse indivíduo cria novos objetos, se reconhecendo como sujeito criador dos seus desejos, o que dá início ao processo de exteriorização dos comportamentos em busca da realização de suas necessidades, que, obviamente, vão além das necessidades básicas. Dessa forma, dizemos que o trabalhador se recria em torno dos seus desejos, em prol da realização destes, fator que promove as ações. Nesse ínterim, esse indivíduo se transforma constantemente. É o que chamamos de poder transformador do trabalho, travado paralelamente no constante desenvolvimento da organização e do trabalhador. Trata-se de um contínuo movimento de produção e reprodução e de desenvolvimento do ser social no que tange aos possíveis papéis que se pode alcançar no âmbito do trabalho e da sociedade; visto que o trabalho contém os atos de consciência capazes de elaborar respostas ao ambiente natural, se adaptar a esse ambiente, modificá-lo, elaborá-lo, transformá-lo constantemente. Portanto, podemos concluir a partir desta concepção, que o homem é processo, é produto de sua própria história e, portanto, é mutável. Tendo em vista todas essas possibilidades de ação do homem como trabalhador, abordamos a questão do sentido do trabalho como fator primordial na saúde desse sujeito. Podemos co-relacionar o sentido encontrado no trabalho com o prazer de realizá-lo e do retorno que este dá por sua execução. Um trabalhador que não encontra sentido no que faz, fatores motivacionais para realizar tais tarefas, exercer determinadas funções, etc. está sujeito a adoecer, se permanecendo em tal posição. Devemos saber que o adoecimento pode ser físico, e também psíquico. Encontrar sentido no trabalho também está co-relacionado a encontrar um sentido para a vida, visto ser o trabalho uma das fontes de realização da vida. E portanto, é imprescindível estar movido por questões que, transformadas em ações, farão com que, concomitantemente seja possível realizar um trabalho que não lhe seja árduo, mas sim transformador do sujeito. Essa transformação é intrínseca, interior e também exterior. O trabalho é o elemento impulsionador para a dinâmica da vida em sociedade. Se pensarmos em questões de mudanças sociais, econômicas, psicológicas e de vários outros âmbitos, será o trabalho o elemento responsável pela capacidade de criar, de recriar, renovar e inovar do homem, de buscar novas possibilidades constantemente. Isso faz com que se trabalhe as habilidades das incontestáveis chances para a tomada de decisões e escolhas, levando esse indivíduo a se tornar cada mais mais emancipado, autônomo e livre. O trabalho é uma atividade essencialmente humana, portanto, é um problema efetivo do mundo dos homens. Portanto, se pensarmos o poder transformador do trabalho, que movimenta o psíquico, através da cognição e do comportamento, concluímos que o homem é o resultado do seu trabalho; é o resultado do que faz e se promove fazer.

**Karina Campos é psicóloga, especialista em psicologia do trabalho com foco em saúde do trabalhador.

 
 
 

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