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Se enlouquecer... aproveite a oportunidade!

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 15 de jul. de 2013
  • 4 min de leitura

Começa em uma ponte.

Mas o que é essa ponte?

Um caminho que te leva de lugar a outro, que possibilita ultrapassar obstáculos, mudar de posição em relação ao mundo e a si mesmo. Você pode atravessá-la de forma fácil ou não, ficar pelo caminho ou desistir totalmente. Porém a travessia está lá, diante de você. É preciso tomar alguma atitude quanto a ela. Permanecer no ponto de partida já não é cômodo.

Agora pense na vida como uma constante travessia de pontes. Às vezes elas são sólidas e curtas, às vezes intermináveis e frágeis. Ou até mesmo um pouco de ambas. Para atravessar é preciso levar algumas coisas e deixar outras, pois no caminho haverá novos elementos a se carregar e algumas cargas podem atrapalhar.

E nada mais ilustrativo dessa travessia e de suas implicações do que a vida profissional. Seja a escolha inicial, a redefinição de carreira, a aposentadoria, qualquer situação que envolva a condição humana e sua relação com o trabalho requer uma organização e definição da posição do ser humano frente à vida, já que é pelo trabalho que se dá a forma de existência humana. Logo, para construir, é necessária a transformação através do movimento.

Entretanto, pensar nessas alterações de se estar no mundo, considerando a atividade que se realiza, pode proporcionar dúvidas, confusões, um estado muito próximo da chamada “loucura”. Impõem-se contradições entre o novo e o antigo, comparações entre presente, passado e futuro. Será que as mesmas opiniões são válidas? O que é certo e errado? O que fazer agora?

Essas e outras questões implicadas na vida profissional são expostas no filme Se enlouquecer não se apaixone (It’s a kind of funny story, 2010). Mas como uma comédia romântica para adolescentes pode nos fazer pensar sobre os rumos de uma carreira? Primeiramente porque é sobre mudanças. Mesmo que elas aparentem mais impactantes no período do desenvolvimento em questão, elas estão presentes durante toda vida. E, ao se abordar a vida profissional, citamos transformações significativas, que precisam ocorrer para que a existência avance. Segundo, porque coloca em discussão fatores que consideramos importante quando uma decisão é realizada.

Família, amigos, novas informações em contaste com velhos conhecimentos, articulação entre experiências, autoconhecimento... São muitos os aspectos envolvidos em um processo de mudança, principalmente em relação à vida profissional, a qual, muitas vezes, se entende como uma transformação fixa, definitiva (apesar de não ser) e que requer uma decisão rápida (afinal, não se pode perder tempo...). Diante das modificações, das atitudes necessárias e consequências resultantes, as demandas da delimitação de um caminho profissional podem ocasionar certa angústia, medo e desorientação em que se vê diante dessa situação.

O primeiro impulso, geralmente, é negar. Não está ocorrendo uma crise ou ela logo vai passar, naturalmente como veio. Uma coversa, uma pílula, algo breve que alivie imediatamente e fim. Porém, a angústia não passa. Porque a mudança ainda está lá. A escolha não foi concretizada, mas adiada. As contradições ainda se impõem. A ponte ainda não foi atravessada e permanece diante de nós.

Como atravessar, então? Há muitas maneiras. Uma sugestão que o filme propõe é o autoconhecimento. Arrisco a dizer que, para além de conhecer a si mesmo, a formação de uma rede de apoio é fundamental para enfrentar a “loucura” que uma mudança em nível de escolha profissional pode ocasionar. Craig vai para um hospital psiquiátrico, o que significa isolar-se do mundo do qual faz parte. Porém, ele é inserido em outro mundo, no qual passa a observar novos comportamentos, ouvir diferentes falas e opiniões, além de pensar suas ações e seus pensamentos em função dessa nova realidade. Há, portanto, movimento em direção à transformação. Ele adquire uma nova percepção da realidade (mantém algumas ideias, descarta outras, soma uma ou duas...) que permite uma reavaliação e reorganização da sua própria condição. Quando encara novamente sua realidade, já possui recursos que o faz capaz de enfrentar a situação problema colocada inicialmente.

Uma definição profissional (escolha ou mudança de carreira, construção de um projeto de carreira, etc.) implica em uma mudança nem sempre fácil de identificar e enfrentar. Inicialmente, é preciso delimitar e afirmar a existência da necessidade de transformação. A ponte está diante de nós. Ficar ou continuar é uma escolha, porém cada uma proporciona formas variadas de desconforto e vantagem. Porém, avançar permite o novo, o surpreendente. A possibilidade tentadora de ir além de quem se é, a satisfação da realização pessoal que alguns sequer imaginam existir. A segunda questão é que, felizmente, não somos únicos no mundo. Ao aceitarmos a mudança nos dispomos a visualizar o mundo e nós mesmos através de outro ponto de vista, e para isso, podemos (e precisamos) contar com novas informações, opiniões, experiências, provenientes de outras pessoas e ambientes. O novo trás angústias sim, mas o antigo que deixa de ser funcional, também. Portanto, se “enlouquecer”, aproveite a oportunidade para explorar uma nova vida, que pode surpreender ao proporcionar o que sequer imaginava existir.

Juliete Alves

Psicóloga


 
 
 

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