A Psicologia por Mitos
- redepsicoterapias
- 9 de jan. de 2014
- 3 min de leitura
Quando tentamos transmitir algo nos deparamos com alguns desafios. Quando olhamos os olhos de alguém podemos dizer sobre o que estamos vendo, mas quando ouvimos esse alguém, depreendemos em seu relato a percepção do seu olhar. No âmbito das psicologias, existem vários olhares, portanto, várias realidades possíveis.
Nesta coluna escreverei para vocês, de quinze em quinze dias, sobre a psicologia e seus olhares. Colocar-me-ei certos momentos, pois é com meu olhar que me pronuncio e meu discurso se mostrará de forma lúdica e simples através de mitos. Começo ratificando a vocês, mediada pelo mito de Psiquê, a importância da psicologia na vida das pessoas.
Psiquê era a mais jovem e bela das três filhas do rei. Todos os súditos acorriam a sua volta para admirá-la e lhes prestarem um mesmo culto, esquecendo as marcas de devoção a Vênus (Deusa Romana) ou Afrodite (Deusa Grega). A Deusa da beleza e do amor concebeu uma vingança de ciúmes. Pediu a seu filho Eros, o Cupido, para inspirar em Psiquê o amor pelo mais feio e desprezível dos homens. Eros voou em direção à princesa com seu arco e logo que a viu se apaixonou por ela e não executou a solicitação da divina mãe.
Ocultados, viviam em um castelo e se viam todas as noites com a condição de Psiquê não ver o rosto de Eros, pois seu desejo era que ela o amasse como um humano e não como Deus. Incitadas pela inveja, suas irmãs e sua curiosidade a convencem a olhar o rosto do marido durante seu sono. Eros desperta com o pingo da vela em sua pele que o queima, abre suas asas e desaparece do castelo machucado. Aos cuidados da mãe Eros fica preso, deixando Psiquê desolada a sua procura. Entretanto, o amor venceu. Psiquê e Eros se encontram para viver um lindo amor.
Em face de tão lindo amor, a deusa do amor não permaneceu tão insensível. Levada a Olimpo, o palácio dos Deuses, Psiquê ganha à permissão de Zeus para beber o néctar ambrosia, o que lhe garantiu a imortalidade. Transformando em impotente o ciúme de Afrodite. Dessa união, entre o amor e a alma, considerando que psiquê significa alma, nasceu Volúpia (Deusa da Virtude). 1
Pode-se perceber neste mito o entrelace de várias questões. Meu foco é apresentar-lhes a importância da psicologia na vida das pessoas e, para tanto, endereço o olhar para o desejo de cada Ser, a forma com que esse desejo influencia suas vidas e a busca do autoconhecimento. Portanto, dominar a psiquê significa adquirir autonomia, liberdade de poder atingir seu Eu Humano e alcançar a si mesmo. Psiquê é o símbolo da alma humana purificada pelas paixões e infelicidades, as quais a preparam para gozar, no amor, a felicidade eterna.
Há, na psicologia, o entendimento de que cada pessoa é senhora do seu caminho, é responsável por suas escolhas, mas nem sempre consegue ter plena autonomia de sua vida. O profissional da psicologia clínica está apto a proporcionar ao paciente/cliente/pessoa a percepção de outros olhares com a finalidade de que esse indivíduo enxergue a si mesmo. A importância da psicologia na vida das pessoas está no desenvolvimento das Relações Humanas e no estabelecimento do vínculo entre Seres Humanos, fundamentando-se na ética da conduta profissional.
* Raíssa Jacintho é psicóloga pela Universidade FUMEC e pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidades pela Faculdade Redentor (RJ). Sua área de atuação é a Terapia Cognitiva Comportamental em seu consultório particular. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve as quintas-feiras, sobre a Psicologia através dos mitos.
Contato: rarajacintho@hotmail.com
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