A Importância do Vínculo Mamãe-Bebê no Desenvolvimento Infantil
- redepsicoterapias
- 17 de jan. de 2014
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Desde a concepção, o vínculo que a mãe estabelece com seu bebê influencia vários aspectos na vida de ambos, principalmente no tocante ao desenvolvimento e construção das estruturas afetivas da criança. Os primeiros anos de vida do bebê constituem um tempo fundamental na construção e desenvolvimento de sua personalidade. Diante disso, observa-se o importante papel exercido pela mãe, enquanto função materna. Os cuidados, o afeto, a comunicação, o toque físico, a linguagem verbal, dentre outros, são elementos essenciais na relação mãe-bebê, pois são através deles que essa relação de constituirá e será alicerçada.
Ainda dentro do útero, muito antes do nascimento, inicia-se a formação do vínculo entre a mamãe e seu bebê. Trata-se de um processo de comunicação complexo e ao memso tempo tão sutil. O vínculo é de importância vital para o feto, pois ele necessita sentir-se desejado e amado para se desenvolver de forma plena e saudável. A formação do vínculo acontece de forma gradual, não é automática e nem imediata. Portanto, faz-se necessário tempo, dedicação e investimento de libido dessa mãe sobre o feto, de forma que, com o passar dos dias e experenciando novos momentos e emoções, a nova mamãe permita que se instaure uma relação afetiva com seu bebê, propriciando a ele os sentimentos de pertencimento, amor e acolhimento.
Ao nascer, o bebê se encontra em um estado de total desamparo e completa dependência do outro. Nesse momento tão importante, mais uma vez o essencial papel materno é evidenciado. A mãe se faz presente através do toque, da voz, do abraço, do carinho e do amor que demonstra ao bebê e este, por sua vez, recebe todos aqueles estímulos e os introjeta, sentindo-se acolhido e aceito por ela. Embora pareça algo simples e padrão, são os pequenos gestos e as palavras que fortificarão os laços dia após dia, outorgando ao bebê seu lugar de filho. O desenvolvimento físico, emcional e psíquico do bebê está diretamente relacionado ao vínculo e afeto que ele estabelecerá com sua mãe nessa importante fase de sua vida.
Muitos são os estudos que surgiram e buscaram entender a importância vital que o contato físico possui na organização psíquica do bebê. De onde vem essa necessidade do toque e porque faz tão bem psiquicamente para a criança?! Sabe-se que a experiência tátil é importante na organização psíquica do bebê e participa desta construção, mas como?!
Um dos momentos mais intensos, em termo de contato físico entre mamãe e bebê, acontece na amamentação. Nesse momento, vários sentidos do bebê são estimulados. Ocorre troca de calor epidérmico, o bebê é envolvido em um abraço de acolhimento, acompanhado da voz suave da mãe, proporcionando uma deliciosa simbiose entre mãe e filho. Em diversos estudos, o aleitamento materno tem sido enfatizado como importante fator para o desenvolvimento físico e, sobretudo, emocional da criança.
Essas experiências sensórias proporcionam um elo entre o sujeito e o outro, um elo que envolve intimidade e demonstração de afeto, sendo fundamentais para o ser humano, para a sua organização psíquica ao longo de sua vida. O toque físico é uma linguagem que não deve ser esquecida, já que por meio dela é que entramos em contato com uma das mais primitivas formas de demonstração de afeto. Portanto, as mamães devem sempre procurar manter contato físico com seus filhos, através de beijos, abraços, massagens..
Você sabia que a voz da mãe tem um papel fundamental no vínculo que ela forma com seu filho?! A musicalidade da língua materna e os diferentes tipos de comunicação não-verbal participam da instauração do laço entre a mãe e o bebê. Palavras cuja força libidinal marcam a criança, dão sentido as suas manifestações e serão utilizadas para expressar sua demanda. Concomitantemente, ajudam em seu movimento de diferenciação. A voz e o olhar da mãe são essenciais para o bom desenvolvimento psíquico e emocional dos bebês.
É consensual para a Psicologia a importância das primeiras relações mãe-bebê. A mãe é considerada a principal referência emocional no início da vida. Em grande parte, todas as relações interpessoais remontam à relação primária com a figura materna. O desenvolvimento psíquico do bebê depende de investimento afetivo, que se traduz como cuidado, maternagem ou amor parental. A simbiose é mais importante nesta fase da vida da criança do que em qualquer outro momento. Portanto, é fundamental que as mamães procurem estabelecer vínculo afetivo com seus bebês ainda no ventre e mantenham esse vínculo ao longo da vida, através dos toques físicos (amamentação, beijos, abraços, brincadeiras, massagens), dos cuidados básicos (troca de fraldas, banho, alimentação), da voz (seja no ensinamento, seja em declarações de amor e carinho).
Flávia Rates - Psicóloga Clínica, tem como abordagem teórica a Psicanálise. Trabalha com famílias, casais, crianças, psicoterapia em grupo e individual. Atua de forma especial com as mulheres no período de gestação, parto e puerpério, dando suporte emocional e psíquico nesse importante momento da vida. É idealizadora e fundadora do "Super Mães", um grupo que tem como objetivo trazer informações, pesquisas e muita emoção relacionado ao universo infantil e a todo âmbito familiar. Escreve às sextas, como colunista na Rede Psicoterapias, sobre família, maternidade, pais e filhos, e reflexões acerca da existência.
Site: www.flaviarates.com.br
Email: flaviarates@gmail.com
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