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O Manhês e a Musicalidade da Língua Materna

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 31 de jan. de 2014
  • 3 min de leitura

A doce voz materna é fundamental no processo de subjetivação do bebê. O manhês, propriamente dito, é aquela forma especial que as mamães (ou quem exerce a função materna) falam com seus bebês. No início da vida, o bebê precisa de uma presença manifestada pela voz e não apenas a experiência do corpo a corpo; precisa que a voz lhe seja endereçada. A musicalidade da língua materna e os diferentes tipos de comunicação não-verbal são fundamentais para o desenvolvimento global e efetivo da criança. A força libidinal das palavras utilizadas, mais do que seu conteúdo, marca a criança e dá sentido as suas manifestações.


E como essa doce forma de falar é percebida pelo bebê?! Sob os aspectos biológicos, o manhês elicia a linguagem do bebê. Ela chega até uma área específica do cérebro, chamada Área de Broca, e coopera de forma significativa, para o desenvolvimento motricial da fala. Já sob os aspectos psicológicos e emocionais, o manhês convoca o bebê ao lugar de interlocutor. Transmite segurança, paz, serenidade, doçura, aconchego, amor, carinho, cuidado. Entretanto, é fundamental ressaltar que essas palavras têm que estar banhadas de afeto, isto é, a mãe precisa investir emocionalmente o bebê. De nada adiantaria falar apenas mecanicamente, é necessário que haja força libidinal nas palavras ditas pela mãe. Ou seja, é necessário que haja o mais puro e genuíno amor.


No desenvolvimento da linguagem, o bebê tem como base, recursos biológicos, cognitivos e comportamentais. Porém, o ambiente adequado será determinante para o sucesso na apropriação da sua fala. O manhês, sendo uma linguagem única, repleta de libido (força, vida, desejo) funda o bebê, trazendo sifgnificações à ele e fazendo com que ele apropria-se do seu próprio corpo. É importante destacar que o manhês não é uma forma infantilizada de falar, onde imprega-se palavras erradas e sílabas trocadas. O manhês, nada mais é, do que o amor em forma de linguagem, banhado por uma melodia...


Diante disso, é evidente a importância da mãe conversar com o bebê ainda dentro do ventre. Essa troca de amor e afeto deve começar lá no útero, naquele ambiente único, homeostático, onde mãe e filho estão fundidos em um único ser. Após o nascimento, a musicalidade da língua materna já é conhecida e deve perpetuar ao longo da vida. É interessante observar que a voz da nossa mãe se distingue de todas as outras, não é verdade?! É uma voz única, que traz paz e aconlhimento em momentos de angústias e tribulações. Não é atoa que muitas vezes ouvimos aquelas típicas frases quando alguma coisa dá errado: "Eu quero a minha mãe!".. Desejamos nossa mãe em momentos de dor (e também de alegria, claro!), porque ela é nossa referência de segurança, é nosso porto seguro.


Estudos e pesquisas destacam a importância do manhês na relação da díade. Ele é fundamental na instauração do vínculo mamãe-bebê, colabora para o pleno desenvolvimento da fala da criança, além de instaurar e cooperar, de forma signiticativa, para o pleno desenvolvimento do psiquismo na criança. Em contraposição, observa-se que o silêncio em torno do bebê, a ausência de representações que deem sentido ao que ele sente, provoca intensa ansiedade, angústia e esvaziamento afetivo. Algumas pesquisas apontam que criança que são institucionalizadas muito cedo sofrem exatamente pela falta do manhês, uma vez que a probabilidade do(a) cuidador(a) utilizar esse tipo de linguagem, muito é baixa. Outro dado importante, é que mães que sofrem de depressão pós-parto também são mais propensas a não usar o manhês. Nesse caso, é fundamental procurar ajuda profissional.


Mamães, não tenham vergonha de empregar tanto carinho e amor ao falarem com seus bebês. Usem a musicalidade da sua voz para viver momentos únicos de amor, crescimento e aprendizado entre você e seus filhos. Serão memórias, conscientes e inconscientes, que marcarão seus pequenos para sempre! E lembre-se, o manhês não deve ser utilizado apenas quando nossos filhos são bebês, ele pode ser usado ainda quando nossos pequenos forem adultos!


*Flávia Rates - Psicóloga Clínica, tem como abordagem teórica a Psicanálise. Trabalha com famílias, casais, crianças, psicoterapia em grupo e individual. Atua de forma especial com as mulheres no período de gestação, parto e puerpério, dando suporte emocional e psíquico nesse importante momento da vida. É idealizadora e fundadora do "Super Mães", um grupo que tem como objetivo trazer informações, pesquisas e muita emoção relacionado ao universo infantil e a todo âmbito familiar. Escreve às sextas, como colunista na Rede Psicoterapias, sobre família, maternidade, pais e filhos, e reflexões acerca da existência.


Site: www.flaviarates.com.br


Email: flaviarates@gmail.com


 
 
 

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