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Estresse infantil: Mal que não tem idade

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 4 de fev. de 2014
  • 4 min de leitura

A modernidade trouxe consigo muitas coisas boas para facilitar a vida das pessoas, porém, também trouxe mais pressão, cobranças, agitação, competitividade e menos cooperação e solidariedade. As crianças de hoje são “crianças apressadas” e isso se dá pelo fato de que as pressões da vida moderna estão fazendo as crianças crescerem rápido demais e tornando sua infância excessivamente estressante.


É cada vez mais comum encontrar crianças que mal saíram da pré-escola e já cumprem agendas de “miniexecutivo”, com compromissos que se estendem ao longo do dia como natação, inglês, equitação, tênis, futebol. A intenção dos pais ao submeter os filhos a essas rotinas é torná-los adultos superpreparados para o competitivo mundo moderno. No entanto, o preço que se paga por tanto esforço, pode ser alto. Ainda pequenas, essas crianças passam a apresentar um problema de gente grande, o estresse.


O estresse é o resultado de uma situação de tensão, permanente, a qual o indivíduo encontra-se submetido. Se ele for vivido numa situação "passageira" não há muito com que se preocupar. Embora não seja uma doença, é uma condição que enfraquece o organismo e, assim, oferece oportunidade para as doenças surgirem. E mesmo não sendo uma patologia, deve-se tratar o estresse a até mesmo preveni-lo, pois suas consequências podem ser muito graves.


Quando exposto a quantidades muito grandes dos hormônios do estresse, o organismo sofre uma espécie de intoxicação, caindo a imunidade e deixando a pessoa mais exposta a infecções, há uma interferência nos hormônios do crescimento e até mesmo o amadurecimento de partes essenciais do cérebro, como o córtex pré-frontal, região responsável pelo controle das funções cognitivas, como a capacidade de moderar a impulsividade e a tomada de decisões é afetado.


O estresse não surge sozinho, algo tem que precipitá-lo. Algumas vezes as fontes de estresse são eventos que ocorrem na vida da criança e que ultrapassam sua capacidade de adaptação. Outras vezes, não se identifica fato algum que poderia estar gerando estresse e, no entanto, a criança começa a apresentar sintomas característicos do problema. Nesse caso, devemos pensar na possibilidade da existência de fontes internas de estresse.


Os fatores externos que mais causam estresse na infância são: mudanças significativas ou constantes, muitas responsabilidades, excesso de atividades, brigas ou separações dos pais, morte na família, exigência ou rejeição por parte dos colegas, disciplina confusa por parte dos pais, nascimento de irmão, troca de professores ou de escola, mudança de vizinhança, pais e professores estressados, pais drogados, alcoólatras e agressivos, doenças, hospitalizações, escola inadequada (cobrança excessiva quanto ao desempenho escolar), falta de atividades lúdicas e prazerosas, dificuldades de concentração e cansaço, etc.


Já os fatores internos são os do próprio indivíduo, que o levam a reagir e a sentir-se de determinado modo. Esses fatores que geram estresse na criança são: ansiedade, depressão, timidez, desejo de agradar, medo de fracasso, medo de que os pais morram e ela fique só, medo de ser ridicularizada por amigos etc.


Independentemente da causa, o estresse infantil pode levar a problemas sérios, tais como: asma, úlceras, alergias, distúrbios dermatológicos, diarreia, tiques nervosos, dores abdominais etc. Quando o sistema imunológico é afetado, a resistência da criança é reduzida e ela se torna vulnerável a qualquer vírus a que esteja exposta, como o da gripe, e podem aparecer úlceras, hipertensão arterial, obesidade e bronquite.


As principais recomendações a um adulto estressado são: esportes e lazer. Deixar de lado um pouco o ambiente de trabalho e criar tempo livre para praticar atividades prazerosas. O que fazer, no entanto, com uma criança estressada? A mesma coisa.


Pais que conseguem simplificar o cotidiano, em muito contribuem para que seus filhos não se estressem. A prevenção do estresse infantil começa com uma vida equilibrada dos pais. Além dos aspectos psicológicos, a prevenção do estresse infantil envolve a aquisição de hábitos de vida saudáveis quanto à alimentação, ao exercício físico e ao lazer.


As crianças precisam ter tempo para estudar, descansar e, principalmente, brincar, pois a brincadeira funciona como uma válvula de escape, um estabilizador para a vida. Outra ação importante para evitar o estresse na criança é que o ritmo natural dela seja respeitado. Os ritmos de aprendizagem, crescimento e desenvolvimento são diferentes e os pais precisam saber lidar com isso. Até mesmo entre irmãos há essas peculiaridades, que devem ser observadas e levadas em conta quando se cobra algo de uma criança.


Identificar os problemas que estão a causar estresse que podem residir na família, na escola ou entre grupo de amigos, reduzir o número de exigências que se faz a criança, ouvi-la sem criticar ou recriminá-la, brincar livremente é um grande estabilizador e cura para os problemas infantis. Proporcionar atividades esportivas, recreativas (incluindo desenhos) e de relaxamento e encaminhar ao especialista quando necessário são ações que devem ser feitas para se tratar o estresse infantil.


*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas, em 2010 e especialista em MBA pela UNA, em 2012. Atua nas áreas cliníca e organizacional pela abordagem psicanalítica. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência.


Contato: ada_psique@yahoo.com.br

 
 
 

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