Eu e o “Lugar” que expresso meu amor: O Corpo!
- redepsicoterapias
- 25 de fev. de 2014
- 3 min de leitura
O primeiro lugar que demonstramos amor próprio é no corpo. Usualmente, se estamos de bem com a vida, nos vestimos melhor e arrumamos mais; Se o verão está perto começamos a fazer atividade física, caso estejamos passando por conflitos amorosos esquecemos de nos arrumar, de nos cuidar etc. É o Corpo do individuo que expressa suas condições de vida, sua classe social, suas destinações sexuais, estilo musical e, para os mais observadores a intenção referente ao que quer transparecer ao outro.
No mito grego de Narciso, que evoca o amor à própria imagem, levando-o a morte, fez com Sigmund Freud (Pai da Psicanálise), se apropriasse do termo Narcisismo para estudar um estágio normal da evolução da libido – termo designado por Freud para a energia sexual que parte do corpo. As considerações supracitadas foram somente para nortear algum sentido em falar sobre como demonstramos o amor a nós mesmos através do Corpo.
Investir em si mesmo fisicamente é notório na humanidade, embora tal expressão seja um paradoxo. Acreditem! Ao mesmo tempo em que há Centros de Cirurgias Plástica e Academias cheias, segundo o Instituto de Educação Física de Minas Gerais numa pesquisa feita em Abril de 2010, a cada 90 pessoas 27 praticam atividade física cinco vezes por semana tendo como motivo maior a estética, e, colocando a qualidade de vida em segundo lugar. Temos também um investimento reverso que é o fato de ceder as compulsões alimentares em número tal qual faça da obesidade e doenças relacionados ao estresse e cardiopatias fortes escores de pesquisa. Essas situações são o que os psicanalistas consideram uma ferida narcísica. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou em agosto de 2010 os dados da Pesquisa indicando que o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos, excesso em mulheres, que foi de 28,7% para 48%. Este é só um exemplo.
A opção do individuo em cuidar de si mesmo, trata-se de uma construção de: “O que quero pra mim? O que quero de mim? O que quero que o outro enxergue em mim?”. Assim os caminhos diversos e deslocar nosso amor próprio no cuidar e manejar o corpo é via de regra considerá-lo como templo da psique. O eu humano está diretamente ligado a imagem do próprio corpo, esta geralmente idealizada pelo sujeito que expressa algum sentimento: Amor ou ódio. Diante disso, começa a saga em transformar o corpo em seu objeto de amor, para ao atingir um índice de satisfação projetar e atrair o outro.
Por fim, o Corpo como forma de demonstração de Amor é algo mais profundo que imaginamos. Uma vez que, amamos algo, não aceitamos que ele acabe, a possibilidade da finitude desse amor aterroriza o sujeito. E quando isso é correlacionado ao Corpo, terror pelo envelhecimento e/ou morte entra em questão a busca incessante e culto ao Corpo, que em âmbito biológico se adequa em padrões de beleza e em termos psíquicos estremece a estrutura psicológica. É um amor ao Corpo? Ou um Corpo que necessita de ser amado por outro Corpo?
*Tabillo Lavinsky é psicólogo graduado pela FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências em Itabuna-Ba, finalizando especialização em Psicologia Clínica e Hospitalar pela FSBA – Faculdade Social da Bahia em Salvador-Ba. Atualmente exerce a função de Psicólogo do Conjunto Prisional de Eunápolis, e, já atuou no CRAS, equipe volante e na Clínica de abordagem psicanalítica. Muito interessado em temas atuais e sua relação com a Psicologia.
Contato: tabillolavinsky@gmail.com
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