A psicopatologia do corpo
- redepsicoterapias
- 11 de mar. de 2014
- 2 min de leitura
A medicina faz do seu manejo com o paciente algo com uma natureza própria, só que o individuo não se resume ao corpo biológico. O indivíduo tem muitas dores, problemas funcionais e sintomas que vão além dos orgânicos. Angústias, frustrações e mudanças de humor, fazem com que o tratamento de doenças do ser humano ganhe proporções para além do biológico e sim relacionado com o psíquico e mental.
Sentimentos e sensações aos quais os médicos não apresentam um resultado conclusivo acarretam na solicitação do profissional psicólogo que emite algum parecer para expressar de forma coerente o conflito entre o adoecimento do corpo e os mistérios subjetivos de sintomas que outrora não conseguiram ser interpretados. Será esse um desafio para a Psicologia? Sim e esse desafio começa quando coloca em ênfase a relação da psicopatologia (um ramo da ciência que trata da natureza essencial dos transtornos mentais, suas causas, mudanças estruturais e funcionais) e a noção de corpo (chamado de templo dos acontecimentos cotidianos do sujeito, é no corpo que tudo acontece e é nele onde tudo se expressa), para assim realizar uma avaliação psicológica que é um recurso para conhecer, avaliar as alterações e entender o individuo doente, estabelecer uma relação terapêutica com o paciente, deixando ele a vontade e direcionando-o em dois momentos: sua historia de vida e o exame mental (verificação de sintomas e outras deficiências).
Como perceberíamos se doenças como hipertensão, gastrites, asma, úlceras seriam consideradas doenças psicossomáticas, se não pela intervenção da clinica psicológica? Estas seriam demonstrações físicas de um corpo que não conseguiu traduzir subjetivamente o seu sintoma, que caso fosse necessário decidiria rapidamente por uma intervenção cirúrgica, por exemplo, ao invés de se submeter ao processo de análise de onde está a essência do seu referido problema.
Em um de seus escritos Freud defendia fontes somáticas da relação mente-corpo em três tipos: estímulos sensoriais objetivos, originado de objetos externos; estados de excitação interna, puramente subjetivos e estímulos somáticos provenientes do interior do organismo, justificando ele que até os sonhos eram importantes fenômenos psíquicos que indicariam fatos expressados pelo corpo, relacionando o último fator para registrar casos de hipocondria.
Nosso corpo fala e tem uma linguagem específica, e no que se refere ao seu adoecimento psicopatológico não é diferente. É preciso haver um rompimento com a realidade para que tenha um processo psicológico.
*Tabillo Lavinsky é psicólogo graduado pela FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências em Itabuna-Ba, finalizando especialização em Psicologia Clínica e Hospitalar pela FSBA – Faculdade Social da Bahia em Salvador-Ba. Atualmente exerce a função de Psicólogo do Conjunto Prisional de Eunápolis, e, já atuou no CRAS, equipe volante e na Clínica de abordagem psicanalítica. Muito interessado em temas atuais e sua relação com a Psicologia.
Contato: tabillolavinsky@gmail.com
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