Paciência, relacionando-a com o dia-a-dia.
- redepsicoterapias
- 13 de mar. de 2014
- 3 min de leitura
Dando uma pausa antes de abordarmos os itens motivação e angustia. Escolhi uma música que retrata o dia-a-dia, independente da qualidade da banda, dos arranjos musicais ou qualquer ligação artística que possa ser feita, apenas pela letra, onde podemos encontrar algumas dimensões que envolvem o homem.
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não... a vida não para)
(Lenine)
Pode-se perceber que o início incita algum acontecimento, na verdade um desfecho, onde um aglomerado de situações nos atinge, pedindo respostas. Logo o corpo ganha destaque, já que todos os acontecimentos passam pelos nossos sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar), assim, posteriormente chegamos a uma conclusão, caracterizando o que se chama estar-no-mundo, sendo a dimensão física.
Logo vem um contraste, uma oposição, do que se pede, o esperar, traz a percepção de uma sociedade, cultura, dando a entender que posturas devem ser adotadas, existindo significados atribuídos a determinadas situações e repostas encontradas, logo emitidas. Fica claro que existe julgamento quando se fala em loucura é normal, o qual se faz presente em qualquer que for o acontecimento, já que julgar é avaliar. Loucura ou normalidade não são sinônimos de julgamento, mas mesmo não sendo; certo e errado acabam se agregando a isso, assim o fingimento passa a compor um espaço no cotidiano. Por tanto se estabelece a dimensão social, pois vislumbramos um pouco do que os relacionamentos interpessoais podem despertar em nós. Aqui também se faz dimensão psicológica, onde em meio a toda esta dinâmica, estes acontecimentos, e através da percepção do outro sobre nós, podemos ter uma auto percepção, construir o mundo pessoal e também estabelecer uma identidade.
No restante e em toda a música se fala do tempo, este sendo uma dimensão antológica, onde não se importa a cronologia, espaço ou localidade. O tempo não é condição de percepção, assim como idade não é maturidade, assim a letra da música fala “será que temos esse tempo para perder”, na tentativa de nós mobilizar uma reflexão, pois não importa, o tempo sempre está a andar, independente do que aconteça.
Em algum momento, sempre acabo falando em reflexão, às vezes sem ter programado, pois acredito que este é o único processo que nos permite palpar os mais diversos questionamentos que temos, agindo com base no que construímos longo da vida. Processo este que pode ser feito por diversas abordagens, com formas de pensar, sem ter o certo ou o errado, mas com cautela e discriminação.
Ps1 – Foi apresentado apenas três dimensões. Espero conseguir, em outras colunas, abordar mais algumas dimensões.
*Lucas Coutinho é estudante de psicologia da faculdade Centro Universitário Adventista de São Paulo e colunista da Rede Psicoterapias as quinta-feiras, escrevendo sobre sustentabilidade emocional.
Contato:lukinhas1coutinho@gmail.com
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