O marketing Corporal
- redepsicoterapias
- 25 de mar. de 2014
- 2 min de leitura
Em tempos onde passamos por mudanças ainda mais rápidas de ditames sociais, com as questões corporais não seriam diferentes. Vamos nos ater ao modo de vestir-se. Como nos vestimos normalmente “dizem” como somos. O que não significa uma regra, pois assim como mudamos de carro, de casa, podemos mudar de estilo de vestuário. Agora como as pessoas conseguem lidar com o resultado de relacionar como se veste à escolha de estilo de vida é que reside um vasto campo de observação do comportamento humano.
A linha tênue em vestir-se bem, vestir-se adequadamente e vestir-se para que seja notado pelos outros chamando atenção, complica o processo de entendimento de tal situação. A sociedade exige de um modo geral ADEQUAÇÃO. Então para trabalhar: Fardas. Para padronizar: Crachás. Para não contaminar: Jalecos. Para demonstrar autoridade: Ternos e roupas totalmente sociais. Ah! E no ramo da própria moda... Quanto menos formal e mais excêntrico: Melhor!
Situações como do filme “O concurso” (2013 – Globo Filmes), onde o cenário era: Em uma fase final para seleção do mais novo Juiz Federal era, diante da bancada julgadora a seguinte - Um pai de Santo em Crise alérgica, um homem de meia idade algemado, outro travestido e um rapaz de roupas totalmente rasgadas. Sendo logo todos eles vetados de fazer a prova por conta de como estavam vestidos, um deles, o algemado, contesta com base na Constituição Brasileira que não se pode ser julgado pelo que se veste e então, a prova se segue. Que tipos de julgamento, através de nossos valores pessoais faríamos dessa situação? Afinal o cargo era de um Juiz Federal. Concordo que era uma situação inapropriada, entretanto, o contexto justificaria tal acontecido e se faria entender que para além daquelas “fantasias” existiam candidatos com potenciais para exercer tal função.
O marketing corporal está presente em todos os momentos, hoje em dia, sabemos que roupa vestimos para uma entrevista de emprego, que um médico sem jaleco o descaracteriza, um advogado sem terno e gravata não é adequado para uma audiência, um estilista não deve se vestir tão formal. Ao mesmo tempo, deve-se estar bem vestido para a venda de um produto, uma roupa devida para frequentar festas, instituições públicas e locais específicos de trabalho. Vestir-se de acordo com a temperatura, com o estilo musical, com a época do ano é compreensível, sobretudo por uma questão de saúde e bem estar. O que já se aplica em alguém que, mesmo tendo a percepção de toda especificação do momento correto para se vestir, prefere estar de forma distoante dos demais. Até onde isso é falta de percepção? Até onde é um sintoma psicanalítico?
*Tabillo Lavinsky é psicólogo graduado pela FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências em Itabuna-Ba, finalizando especialização em Psicologia Clínica e Hospitalar pela FSBA – Faculdade Social da Bahia em Salvador-Ba. Atualmente exerce a função de Psicólogo do Conjunto Prisional de Eunápolis, e, já atuou no CRAS, equipe volante e na Clínica de abordagem psicanalítica. Muito interessado em temas atuais e sua relação com a Psicologia.
Contato: tabillolavinsky@gmail.com
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