Paraísos artificiais, contribuições sobre a realidade.
- redepsicoterapias
- 11 de mai. de 2014
- 2 min de leitura
“As drogas são incapazes de criar uma realidade alheia a você, elas simplesmente potencializam o que já existe, as pessoas tiram das drogas o que elas querem, a grande questão é, será que elas (sabem o que querem) querem o que é melhor para elas?”
Tal definição foi apresentada por um personagem, do filme "Paraísos artificiais", 2012 mesmo que essa definição é formada pelo senso comum, é composta de uma intrigante analise. Já que pelo senso comum à escolha por usar drogas parte do principio da fuga, alienação, distanciamento do que causa dor, a partir de conflitos, dificuldades etc., fica claro que a tentativa de dominar os desejos, antes e após o uso, passam por uma transformação, muitas vezes indesejada e até mesmo impensada, pois conceitos assim facilitam a alienação dos afetos, da racionalidade, dos relacionamentos entre outro aspectos que permeiam o individuo, assim menosprezando qualquer outra tentativa de solução, que não seja o uso de substâncias.
A tentativa de criar, estruturar uma suposta realidade alheia é o mais chamativo. Pois começar do zero, ter um livro em branco para reescrever, é um convite tentador e encorajador. Mas até mesmo o aceitar e pensar em tal proposta, só se torna possível com base no que foi vivido até agora, sem esta vivencia é impossível perceber a necessidade de mudança, é impossível levantar fatos a se esquecer, coisas a se arrepender, por tanto a reconstrução de uma realidade alheia, como tentativa de uma nova forma de existir, anula toda tentativa de se abster das experiências de vida, pois elas caracterizam este momento de decisão, seja qual for, de maneira concreta. Diferentemente de tais substâncias tem prazos para o efeito acabar, querendo ou não a realidade volta a tona.
Esta é realmente a grande questão, mas agimos pensando que as escolhas que tomamos é o que ha de melhor para nós, se assim não fosse, a construção de uma realidade alheia seria instantânea a cada angustia, que é inerente até mesmo em pequenas decisões a serem tomadas, talvez por isso a ideia de potencialização do que já existe, a elaboração, por singela que se pareça, faz parte dos contextos que nos envolvem, esclarecendo o argumento de uma possibilidade de retirar o bom, o ruim, o maravilhoso, o péssimo, entre tantos outros exemplos, de situações que nós nos inserimos na tentativa de encontrar o melhor.
*Lucas Coutinho é estudante de psicologia da faculdade Centro Universitário Adventista de São Paulo e colunista da Rede Psicoterapias as quinta-feiras, escrevendo sobre sustentabilidade emocional.
Contato:lukinhas1coutinho@gmail.com
Comments