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Crianças competitivas

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 20 de mai. de 2014
  • 3 min de leitura

Vivemos em um mundo extremamente competitivo e que nos "obriga" a competir todo o tempo.Competimos por vagas no estacionamento, para ingressar na universidade, por vagas de emprego e para permanecer nele, por melhores escolas para nossos filhos e por aí vai. O fato é que cada vez mais cedo, estamos vivenciando a experiência da competição e passamos isso para as crianças que estão cada vez mais condicionados a competir e vencer desde pequenos.


Vejo muitas crianças que ao perder em uma brincadeira choram desesperadamente, deixando de lado o divertimento que a brincadeira deveria proporcionar, fazendo com que o jogo seja uma competição e não mais uma diversão. E muitos pais, despreparados, para que a criança pare com o choro fingem que ela ganhou ou até deixam que ela ganhe para não frustrarem os pequenos.


Ganhar e perder são circunstâncias da vida e aprender a administrá-las é um desafio para a criança. Ajudá-la a incorporar a ideia de se esforçar para vencer e se arriscar a fracassar, sem estimular a competitividade desenfreada, é um desafio também para os pais, que não devem menosprezar essas experiências dos filhos.


Muitas vezes instigamos as crianças para serem os melhores alunos, a fim de obter um melhor desempenho. Porém, em um contexto exclusivamente competitivo, não há percepção de que a vitória de um significa derrota para outros, o que pode impulsionar para um egocentrísmo fora do "habitual" da criança e essa terá muitas dificuldades em perceber que nem sempre se pode ganhar.


Por volta dos 8 anos que os jogos esportivos, as gincanas e as competições escolares se intensificam e a garotada fica mais sensível a êxitos e fracassos. Antes, os pequenos até entendem a derrota e a vitória, mas não as consideram como um fim, pois ainda estão muito envolvidos com a atividade em si mesma. Mas, a partir do 8 anos, a criança já ela também compreende melhor as regras que condicionam os jogos e percebe muito as diferenças entre ela e as outras e isso causa insegurança e ela precisa ir testando suas capacidades e seus limites. A competição ajuda a se ver em relação ao outro e claro que a experiência da vitória passa a ser muito significativa, mas a frustração também faz parte do processo.


A essa altura, os pais precisam ser duplamente cuidadosos. Por um lado, não podem minimizar a vivência da derrota, que é real para a criança. Por outro lado, devem estimular a persistência e a busca do melhor desempenho, sem cobrar vitórias a qualquer preço. O problema é a exigência do sucesso, que elimina a possibilidade de errar, de refazer caminhos, de testar soluções diferentes. É um risco supervalorizar o acerto e subestimar o erro. O estímulo não deve ser à vitória, mas o esforço de quem se arrisca, de quem se expõe, inclusive ao fracasso. Claro que é um equívoco não preparar as crianças para competir, afinal, esta é nossa realidade, porém deve-se ter em mente o propósito de uma competição. Competitividade sim, no sentido de auto superação contra a acomodação e conformismo.

*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência.Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.


E-mail: ada_psique@yahoo.com.br

 
 
 

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