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Amigo de quem?

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 9 de jun. de 2014
  • 2 min de leitura

Quantas vezes me vi enfiada em uma conversa que eu não queria estar? Naqueles incrivelmente demorados monólogos em que você começa a se questionar se sua vida é tão maçante quanto a da pessoa que não consegue conter a verborragia? Também já me vi indo ao cinema e assistindo a filmes que não queria, comendo em restaurantes pouco agradáveis e sendo colocada pelos outros em situações que eu não desejava estar.


Aposto que todos nós já experienciamos pelo menos uma situação na qual nos boicotamos pelo outro, e em troca, pedimos o amor e a gratidão do outro. Entretanto, é só depois de um tempo que passamos a perceber que nem um e nem o outro virá. Na verdade, as pessoas sequer percebem que colocamos seus desejos à frente dos nossos. A amiga verborrágica, por exemplo, está apenas satisfazendo a si mesma. Ela precisava de alguém que a escutasse e conseguiu. Se você não queria saber o que ela tinha a te dizer, por que escolheu ouvir as lamúrias constantes sem se posicionar?


Quase todo ser humano tem o desejo de estabelecer relações de amizade uns para com os outros. Muitos sabem o quão bons amigos são ou poderiam ser; sabem que se um bom amigo estiver passando por dificuldades, irão apoiá-lo em diferentes sentidos e também tem a consciência de que podem confiar nesse amigo. Entretanto, quando o foco da amizade está no outro, deixamos de nos perguntar quantas vezes nós fomos verdadeiros amigos de nós mesmos. Será que somos bons amigos de nós mesmos quando nos colocamos e nos deixamos colocar em situações indesejáveis? Por acaso, tomar atitudes que não queremos nos torna pessoas boas?


A vida sempre vai nos colocar em situações desconfortáveis pelas quais somos obrigados a passar, como fazer aquele longo relatório no trabalho caso não queiramos perder o emprego; cuidar dos filhos quando adoecem; fazer parte das inúmeras pessoas que pegam o transporte público e que precisam lidar com suas inconveniências, etc. Por que então nos obrigarmos a engolir aquilo que não queremos em um momento de lazer, por exemplo? Será que não existe um meio-termo entre o que o outro deseja e o que nós desejamos? Será que realmente precisamos nos colocar em segundo plano para sermos amados?


Muitas das situações pelas quais passamos não são passíveis de escolha, mas em algumas delas, cabe apenas a nós mesmos decidir se nosso tempo será tomado com o objetivo de ser o escape do outro ou o de proporcionar prazer a nós mesmos. Todavia, é sempre bom lembrar que é a partir do respeito e do carinho que desenvolvemos primeiramente por nós mesmos que podemos ser respeitados e amados por outros.



*Natália Saab é formada em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2012). É psicóloga Clínica. Realiza atendimentos a crianças e adultos, tendo como referencial teórico a psicanálise. Possui experiência de estágio nas áreas da psicologia clínica, jurídica e escolar.

 
 
 

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