Defesa e Ataque: Qual postura tomar?
- redepsicoterapias
- 7 de ago. de 2014
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A palavra conviver origina-se do latim “convivere” e significa: modo de vida em que se pode partilhar; vida em comum; convívio diário; relacionamento estabelecido entre pessoas que convivem diariamente; convívio próximo e contínuo; intimidade. Ação de coexistir (num mesmo local) de maneira harmoniosa.
O processo das relações interpessoais é fundamental no desenvolvimento humano. É no relacionar-se que surge a capacidade de evoluir. É a famosa arte da convivência que já comentei com vocês outrora. Já de início levanto uma provocação: é natural do Ser Humano a convivência? Indo mais além, deparei-me com o seguinte questionamento, o qual compartilho com vocês: nós desejamos a convivência?
Quem não se aceita, é provável que também não aceite o outro. Da mesma forma que quem não se sente aceito pelos demais reage rejeitando-os. Se vocês bem se lembram do texto anterior, disse-lhes que cada um é responsável por suas ações. Mas hoje apresento-lhes um fato histórico, uma batalha épica que aborda a importância do outro nas nossas escolhas e ações que fazem-nos responsáveis por nossas consequências.
"A batalha de Termópilas, na Grécia, foi uma sangrenta luta que aconteceu em 480 a.C. De um lado, 300 mil homens do exército persa, que ambicionavam conquistar a Grécia. De outro, uma pequena força de soldados gregos liderados por 300 guerreiros espartanos. Este episódio foi retratado no filme 300.
Dono do maior império da época, o rei persa Xerxes avançou com a enorme tropa pela Grécia continental rumo a Atenas, no sul do território. Na Antiguidade, Termópilas era um desfiladeiro estreito, atravessado por uma trilha com largura para passagem de apenas uma carroça, e protegido por três muralhas baixas. Era o lugar ideal para os gregos resistirem. A área reduzida impedia que os persas usassem sua tática principal, os ataques de cavalaria. A saída foi usar armamentos leves, como lanças curtas de madeira e adagas (uma espécie de punhal), e recorrer à precisão das flechas de seus arqueiros.
O importante que quero frisar é a resistência grega que segurou bravamente um exército mil vezes maior. As armas gregas eram mais eficientes para as condições da batalha. Escudos de madeira repeliam as flechas e lanças com quase 3 metros de comprimento nas mãos de soldados muito bem treinados evitavam a aproximação dos inimigos.
O escudo era a principal arma porque defendia o soldado à sua esquerda e isto implicava em uma formação em linha que era a verdadeira força da infantaria. Nesta formação, cada soldado defendia com seu escudo quem estava a sua esquerda formando, assim, uma barreira impenetrável. Tamanha era a importância do escudo que as mulheres espartanas diziam a seus maridos: Espartano, volte com seu escudo ou sobre ele! Sobre o escudo significava que o guerreiro havia morrido em batalha. Voltar sem o escudo significava que você abandonou seus colegas no campo de batalha deixando desprotegido quem confiava em sua proteção. Assim, o escudo, ao proteger o guerreiro à esquerda, permitia que este atacasse o inimigo com sua lança. Nota-se, aqui, um princípio básico fantástico, pelo menos pra mim, da estratégia de um guerreiro: A defesa antecede o ataque! Assim, a formulação estratégica depende principalmente de como os recursos disponíveis são empregados.
Mesmo cercados pela frente e por trás, os gregos liderados pelos 300 de Esparta lutaram com bravura até Leônidas cair morto. Seu cadáver foi capturado pelos persas e sua cabeça exposta numa estaca."
Como em todos os meus textos, indico que busquem mais sobre a história abordada. Vocês podem se instruir um pouquinho mais neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YdhBQhv3i_Y. Esta é uma forma de sugerir para que vocês também busquem conhecer a sua própria história.
O como defender-se e atacar é a questão que quero que percebam. Utilizando em sua estratégia os recursos que tinham disponíveis, os guerreiros usaram a inteligência, a coragem e a confiança no companheiro de batalha. Esta fatídica postura deve ser buscada para a convicção do que fazer e para onde se está indo. De posse da trilha a seguir e da consciência do que deve ser feito para aquisição do eu, a convivência torna-se uma consequência.
Convido você, leitor, a uma provocação: não confie de fronte em minha fala ou na fala de qualquer outro. O que quero dizer é que você deve investigar, você pode fazer este movimento de busca: quem sou? De onde vim? Pra onde vou? Questões estas importantes para a conquista de si mesmo.
* Raíssa Jacintho é psicóloga pela Universidade FUMEC e pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidades pela Faculdade Redentor (RJ). Sua área de atuação é a Terapia Cognitiva Comportamental em seu consultório particular. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve as quintas-feiras, sobre a Psicologia através dos mitos.
Contato: rarajacintho@hotmail.com
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