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Ah, o amor...

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 10 de ago. de 2014
  • 2 min de leitura

Fala-se em relações liquidas, amores líquidos, uma tal de modernidade líquida. Estamos em uma época onde velhas balizas não servem mais como parâmetros para nossos atos. O novo nos é apresentado constantemente, mal temos tempo de elaborar vivências ininterruptas, novas respostas para novas demandas. São grandes mudanças, vivemos outra(s) vida(s). O édipo, complexo primevo que nos funda enquanto sujeitos submetidos às leis da linguagem, capenga e tropeça, quando seus protagonistas recuam no momento decisivo de transmitir a Lei. Fatos inegáveis.


Reparo que, ante tais discursos que nos atravessam e nos bombardeiam a cada segundo, o amor, enquanto marco de castração, também capenga. Mulheres e homens passeiam por posições rasas, digamos, permanecendo sempre a um passo de assumir qualquer tipo de escolha legítima. O édipo é este que nos posiciona em um lado, pois no amor há de se escolher um lado e renunciar o outro.


Há relações de crianças, traumas, fantasias. Relações especulares, onde os véus do imaginário tomam a vez e a voz. “És tu a minha resposta, eu sou a tua, nos completarem os em nossa união e nada mais nos faltara”. Será? Em psicanálise, este amor não funciona. Para problematizar ainda mais, retomo um célebre e polêmico aforismo de Lacan: “amar é dar o que não se tem a quem não o quer”. Faz sentido? Ou tira-nos o sentido do que pensamos ser amor?


São muitas as vertentes a serem discutidas. Fato que trago hoje é que, o sujeito na clinica psicanalítica, padece no que diz respeito ao amor. Queixa-se da incompletude perseguidora quando a completude já havia sido prometida nos quatro cantos do mundo. Passeia entre as posições de sujeito e objeto sem saber por que, ou que tipo de gozo possível extrair daí. Os sexos guerreiam mais do que nunca. O encontro de seres, o sexo, parece dar choques, crises de pânico. O que perdemos no meio do caminho, quando o encontro sempre foi condição do existir humano? Ou melhor, o que tanto agarramos para não perder no encontro? O outro é mesmo um inimigo a ser combatido ou um objeto de amor? Como conciliar pulsões de amor e ódio destinadas a um mesmo ser? São estas e muitas outras as questões que ficam enquanto resto. No divã e no amor.



* Psicóloga e Psicanalista, Diretora e Supervisora da Clínica Espaço Savoir y Faire, especialista em Semiótica psicanalítica – Clínica da Cultura pela PUC-SP, mestranda em Psicologia Clínica pela USP. Realiza pesquisas no campo das psicoses e outros transtornos graves do desenvolvimento. Escreve artigos utilizando a Semiótica Psicanalítica enquanto instrumento de leitura dos fenômenos sociais e culturais. Colunista da Rede Psicoterapias ao domingos onde escreve sobre Psicologia, filosofia e arte.


Contato: gualda.lorene@gmail.com

 
 
 

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