Política!? Quem gosta!? Parte 1
- redepsicoterapias
- 4 de set. de 2014
- 3 min de leitura
É comum ouvir as pessoas dizerem: “Política, futebol e religião não se discute”. Ou até mesmo: “Que coisa chata essa tal política”. Entres outras falas que demonstram aversão ao tema. O mérito realmente não está na discussão, que muitas vezes acabam sendo calorosas ou provocando brigas, mas sim em conhecer sobre o assunto ampliando os argumentos, para então exercer julgamento, esclarecendo os motivos de divergência ou de concordância.
Estamos nos aproximando das eleições deste ano, que vão decidir o futuro do nosso país por mais quatro anos. Particularmente, desde que consigo compreender assuntos voltados a política, sobre os candidatos, os planos de governo, entre outros elementos pertinentes ao tema, pela primeira vez presencio um número elevado de pessoas comentando, discutindo sobre política, seja nas ruas, nos transportes públicos, nas redes sociais e em casa.
Muitas coisas mudaram em nosso sistema político. Vamos visualizar rapidamente três períodos: antes do golpe militar, durante e depois.
Partindo da segunda Constituição nomeada como “a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil”, marcando a transição de monarquia para república, onde se desenvolveu e instaurou leis para criar a república. A terceira Constituição tentou assegurar conceitos como a nação, a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico, vigorando apenas por um ano. A quarta, conhecida como Polaca, foi à primeira Constituição autoritária, buscando atender aos interesses de grupos políticos, beneficiava a burguesia. Foi apelidada de Polaca por dois motivos: por ter sido baseada na constituição autoritária da Polônia, pois muitos migravam para o Brasil buscando refúgio, e também para denotar o sentido pejorativo, pois muitas mulheres polonesas se prostituíam para garantir a sobrevivência. Aqui já vemos vestígios do militarismo e do autoritarismo. Outro exemplo seria a criação do Estado Novo, com Getúlio Vargas, na tentativa de centralização do poder. Antes do golpe militar, as eleições eram diretas, com permanência no cargo por cinco anos, cidadãos a partir de dezoito anos, de ambos os sexos, podiam votar, porém os analfabetos eram proibidos. Aqui já se enfrentava grandes dificuldades com a corrupção. Um exemplo é o jingle de Jânio Quadros, quando eleito em 1955, que dizia “Varre, varre, varre, varre, / Varre, varre vassourinha, / Varre, varre a bandalheira”. (Justiça eleitoral, ditadura militar, 2005, cartilha 1, 2 e 3).
O golpe militar de 1964 visava restaurar a estrutura democrática do país, bem como eliminar qualquer ameaça comunista, derrubando a quinta Constituição, que estabelecia o direito à igualdade, liberdade sem censura, liberdade de consciência, a extinção de pena de morte e separação dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Rapidamente, o primeiro presidente do período da ditadura, Castello Branco, delegou que as eleições presidenciais fossem indiretas. O próximo ditador enfrenta protestos e manifestações sociais, a oposição contra o regime militar cresce. Acontece a tentativa do Governo da Junta Militar (Exército, Marinha e Aeronáutica). A partir de então os atos institucionais são mais severos e intensos. Um exemplo é o ato AI-5, sendo a quinta Constituição, onde o presidente poderia decretar o recesso do Congresso Nacional, das assembleias legislativas e das câmaras dos deputados, a qualquer momento, ou seja, total manipulação dos três poderes. Com esse ato, muitas pessoas foram expulsas e proibidas de voltar ao país. Chegamos então ao último presidente militar, João Baptista Figueiredo. Aqui, o governo militar está enfraquecido e medidas conciliatórias eram propostas, como o pluripartidarismo, que permitiu o funcionamento dos partidos novamente. (Justiça eleitoral, ditadura militar, 2005, cartilha 4 e 5).
Nos últimos anos do governo militar, a estrutura econômica do país está muito comprometida por diversos fatores, as medidas conciliatórias favorecem o surgimento e o fortalecimentos dos partidos bem como os dos sindicatos trabalhistas, o proporcional os movimentos de redemocratização e as campanhas pelas Diretas Já. Movimento fortemente representado por políticos de oposição, por artistas e jogadores, induziu milhões de brasileiros a participarem das Diretas Já. No primeiro ano de tentativa, em 1984, o movimento foi barrado pela Câmara dos Deputados, mas no ano seguinte as Diretas Já conquistaram o objetivo. José Sarney assume e em 1988 promulga a sexta Constituição, estabelecendo novos princípios democráticos no país. Desde então, brasileiros a partir de dezesseis anos, de ambos os sexos, podem votar, inclusive os analfabetos. (Justiça eleitoral, ditadura militar, 2005, cartilha 6).
A partir deste breve histórico podemos visualizar como a politica e o país se desenvolveu, mas podemos também ter noção de como os cidadãos assumiam a sua postura política.
A postura, o interesse e o envolvimento com politica diz respeito á saúde mental de cada um. Este envolvimento não está ligado diretamente a ações políticas, mas sim, em como nos interessamos com acontecimentos e eventos que nos afetam.
Continua ...
*Lucas Coutinho é estudante de psicologia da faculdade Centro Universitário Adventista de São Paulo e colunista da Rede Psicoterapias as quinta-feiras, escrevendo sobre sustentabilidade emocional.
Contato:lukinhas1coutinho@gmail.com
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