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Dieta Psicológica

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 10 de set. de 2014
  • 3 min de leitura

Provavelmente você já passou por algo assim.


A segunda-feira chega e começa sua dieta. Você controla cada caloria que ingere e passa a ir para a academia com mais disposição. Entra no mercado e vê os últimos lançamentos de produtos light. Se sente ótimo, tudo está dando certo. Já consegue até ver alguns traços do tão sonhado emagrecimento! "Isso é fácil!", pensa. Aí, no final de semana, você resolve ceder à tentação e come um inocente brigadeiro, nada de mais. Horas mais tarde, resolve comemorar sua boa fase num rodízio de pizza. No dia seguinte volta à dieta, mas de sobremesa, no almoço, você troca a fruta por uma trufa de chocolate gigante. Os dias seguem assim até que você percebe que sua dieta foi pro brejo. Como é que você passou de comedor saudável a draga humana? A psicologia explica.


O primeiro ponto da resposta para essa pergunta está no nosso sistema de recompensa. Comida é uma recompensa bastante poderosa. Nosso cérebro não se desenvolveu num ambiente com comida abundante, então, ao encontrar uma fonte grande de açucares e gordura, a tendência é que se coma muito. Isso nos leva ao segundo ponto da nossa resposta: o condicionamento. O princípio é simples: se você é recompensado pelas suas ações, é mais provável que continue a fazê-las. Se é punido, então é mais provável que pare.


Décadas atrás, Burrhus Frederic Skinner mostrou ao mundo que era possível conseguir que pombas e ratos realizassem algumas tarefas construindo lentamente cadeias de comportamentos por meio do uso de comida como recompensa. Outros pesquisadores acrescentaram punição aos experimentos e descobriram que isso também poderia ser usado para obter respostas aversivas ao comportamento demonstrado.


Nossa vida é recheada de recompensas e punições o tempo todo. Se você não paga o aluguel, é despejado. Caso cometa um crime, é preso. Se vai trabalhar, é pago. Estamos tão acostumados (ou condicionados) a isso que acabamos por esperar de alguma forma uma recompensa ou punição. Quando nada acontece a tendência é que, com algum tempo, esse condicionamento comece a desaparecer. Se continua indo trabalhar, mas não é mais pago, depois de algum tempo você deixa de ir. Contudo, o serviço sem a respectiva remuneração não é simplesmente abandonado. Antes de definitivamente parar, provavelmente você vai na sala do seu chefe saber o que está acontecendo, grita, reclama, gesticula e só depois de ver que nada disso surtiu efeito, vai embora. O que acontece é que pouco antes de desistir de um hábito ou rotina praticado há muito tempo, você entra numa espécie de colapso. É como uma última tentativa do seu cérebro de voltar a ser recompensado.


Ok, mas o que isso influencia na sua dieta? Vamos pensar juntos. Você acaba de cortar uma forte recompensa da sua vida: comidas de alta caloria. Quando está prestes a desistir dessa recompensa para sempre, sua força de vontade é minada por uma parte primitiva do seu cérebro, que lembra dos tempos difíceis nas cavernas e só quer saber de mais e mais comida. Lidar com esse apelo da sua psiquê não é fácil e quase sempre caímos nessa hora.


A questão é que a maioria de nós passa a vida acreditando que, se resolvermos parar de ter maus hábitos, eles irão diminuir gradualmente até desaparecerem por completo, mas não é bem assim. O que acontece na realidade é que sempre que tentar parar com algo de repente, seu cérebro vai fazer um último esforço para voltar ao velho hábito.


Para ter sucesso em parar de comer demais, fumar, apostar, jogar Candy Crush ou qualquer tipo de mau hábito, você deve estar preparado para esse tipo de armadilha inconsciente. Agora, sabendo o que acontece, poderá lidar melhor com isso. Tente procurar por outros tipos de recompensas e reforços positivos. Trace objetivos mais curtos e, ao cumpri-los, encha-se de presentes. Desvie o foco e não enlouqueça quando as coisas ficarem ruins. Hábitos se formam e cessam sob as mesmas condições, mas antes de cessar seu organismo vai lutar para manter a recompensa. Então lembre-se: quando qualquer bolinho de padaria parecer um petit gâteau (famosa sobremesa francesa) aos seus olhos, resista um pouco mais. Isso é sinal de que você está no caminho certo. Na dieta ou na vida.


Até a próxima.


*Luiz Medeiros é carioca e está se graduando em Psicologia pela IBMR - Laureate International Universities. Admirador de tudo que envolve o ser humano e seus mistérios, escreverá às quartas sobre curiosidades da psicologia, do comportamento e das neurociências. Tudo em linguagem fácil e com pitadas de humor.

E-mail: luizrjbrasil@gmail.com

 
 
 

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