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Eleições

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 26 de out. de 2014
  • 2 min de leitura

Hoje domingo, dia vinte e seis de outubro de 2014, novamente seremos convocados às urnas para eleger aquele(a) que presidirá a nação pelos próximos quatro anos.


Durante este período rememoramos, por vezes com certa com certa indigestão, a complexa e obrigatória tarefa de votar em novos representantes. Sim, estes serão nossos representantes. Representantes do que queremos, do que lutamos, do que almejamos, do que necessitamos enquanto cidadãos. E, muitas vezes, temos relegado esta tarefa a outros. Deixamos a democracia ser feita pelos outros. Alegamos falta de tempo, falta de interesse, usamos ainda velhos jargões: “meu voto não vai mudar nada”, ou “políticos são todos iguais”.


A verdade é que há tempo faz-se política sem o povo. Não vou aqui alegar que a causa de tal fato é o velho interesse das classes dominantes em manter uma massa homogênea e manipulável. Como psicanalista, antes de tudo, meu olhar deve se voltar para o sujeito. O sujeito hodierno é, por excelência, um sujeito que sempre delega ao Outro a responsabilidade/culpa por seus atos, não só na política, mas na vida social como um todo. Abstemo-nos de nossas responsabilidades e cobramos com afinco de um Outro a tão prometida satisfação, ou nos indignamos e usamos violência, por exemplo, para cobrar a mesma. Fazer um país melhor é dever dos políticos! Garantir nossos direitos básicos previstos na Constituição é dever dos políticos! Será?


Entendo que não seja fácil fazer política em um país como o nosso, no contexto em que nos encontramos inseridos. São séculos de problemas cada vez mais cronificados, enraizados, unindo-se a isso o crescente desinteresse da população pelos assuntos referentes ao coletivo, pelo aumento do individualismo, pela corrupção sempre presente, por tantas omissões por parte dos gestores de nosso sistema público.


Em meio a este caos, candidatos preocupam-se unicamente em digladiarem-se, como se os debates fossem verdadeiros campos de batalha. Informações rasas, contraditórias, ambíguas. Uns lutam por ideologias quase utópicas, outros brincam de fazer política, outros incitam o narcisismo das pequenas diferenças, a violência. Nossos candidatos restringem-se a agressões mútuas, e nem sequer nos questionamos o por que de tantas discussões inócuas, ou qual o projeto político de cada um. Afinal, o que fazemos? Assistimos passivos, ou então mudamos de canal, ou ligamos o computador e vamos “scrollar” no facebook a tão mais interessante “vida alheia”.


A politica somos todos nós. A politica não é o debate emitido pela emissora x ou y, o partido tal, o candidato tal. A politica nasce no dia-a-dia, nos pequenos atos de cidadania, de solidariedade, de atos embasados no senso de coletividade, os quais mostram para nós mesmos e para o outro que ainda somos seres humanos capazes de recalcar nossas pulsões agressivas e instituais em prol de um bem maior: a vida em sociedade.



* Psicóloga e Psicanalista, Diretora e Supervisora da Clínica Espaço Savoir y Faire, especialista em Semiótica psicanalítica – Clínica da Cultura pela PUC-SP, mestranda em Psicologia Clínica pela USP. Realiza pesquisas no campo das psicoses e outros transtornos graves do desenvolvimento. Escreve artigos utilizando a Semiótica Psicanalítica enquanto instrumento de leitura dos fenômenos sociais e culturais. Colunista da Rede Psicoterapias ao domingos onde escreve sobre Psicologia, filosofia e arte.

Contato: gualda.lorene@gmail.com


 
 
 

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