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Efeito Foco

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 29 de out. de 2014
  • 3 min de leitura

Não, querido leitor, o papo hoje não é sobre fotografia. O assunto hoje, título do artigo, nada tem a ver com técnicas fotográficas. Se você pesquisou por "efeito foco" no google e caiu aqui, me desculpe. Não vou lhe ensinar a tirar fotos melhores, mas continue lendo o artigo. Talvez lhe interesse também.

Sabe quando você derruba um copo naquela festa? Ou quando cresce uma espinha bem no meio da sua testa no dia daquele encontro com sua paquera? "Oh, não!", você exclama. "O que vão pensar?". Pois bem, estou aqui para te dizer que, provavelmente, não vão pensar nada. A maioria das pessoas não vai nem notar e, se notarem, provavelmente irão esquecer em alguns segundos.

Quando você está em meio aos outros, sente como se todo mundo notasse todos os aspectos da sua aparência ou comportamento, mas não é bem assim. As pessoas devotam pouca atenção a você, a menos que sejam provocadas.

Isso se dá porque você passa muito tempo pensando em si mesmo, fazendo com que seja difícil perceber que não é o centro das atenções. Acaba achando que todos prestam atenção em você porque está sempre prestando atenção a si mesmo. Quando num palco, por exemplo, o efeito é ampliado. Você se imagina na plateia e acredita que qualquer erro seu é percebido e julgado vorazmente. Ledo engano. Felizmente todos na plateia são tão egocêntricos quanto você e a maioria nem notou aquela sua gaguejada no começo da palestra. Eis o efeito foco.

O efeito foco começou a ser estudado pelo psicólogo americano Thomas Gilovich, que pesquisou o grau com que as pessoas acreditam que seus comportamentos são notados pelos outros. Em 1996, ele pediu que estudantes universitários colocassem uma camiseta de cor chamativa, com o rosto de alguma personalidade famosa (como Bob Marley e Martin Luther King) e depois batessem na porta de uma classe onde outros estudantes estariam preenchendo um questionário. Gilovich acreditava que a camiseta berrante potencializaria nesses estudantes a sensação de estar em foco.

Cada estudante fez isso. Ao chegar à classe determinada, conversaram com um dos professores, andaram um pouco, sentaram e logo depois saíram, levados para uma entrevista em outra sala separada. Nesta entrevista, os pesquisadores perguntavam quantas pessoas eles pensavam que notaram suas camisas. As pessoas usando a peça de roupa embaraçosa acreditavam que pelo menos metade dos estudantes da sala recém visitada tinham percebido. Porém, quando os pesquisadores voltaram à sala e pediram que os alunos descrevessem o visitante, apenas cerca de 25% lembravam da roupa do mesmo. Ou seja, numa situação criada especialmente para chamar atenção, apenas um quarto notou a estranha escolha de roupa, não metade.

O efeito foco te faz acreditar que todo mundo nota quando você está dirigindo um carro novo e caro. Não, eles não notam. Da última vez que você viu um super carro na rua, se lembra de quem estava dirigindo? Pois é...

Esse sentimento abarca outros tipos de situações também. Em 2001, o mesmo psicólogo americano colocou participantes para competirem num famoso jogo de vídeo game e depois pediu para que dissessem quanta atenção eles achavam que os adversários tinham dado ao desempenho deles. Ele descobriu que as pessoas prestavam muita atenção em como eles mesmos estavam se saindo, mas muito pouca aos seus adversários.

Em suma, as pesquisas na área mostram que as pessoas tendem a achar suas próprias ações memoráveis, mas não são. Você achou que todos perceberam que quebrou o copo na festa, mas nem notaram. A não ser que chame a atenção pedindo desculpas demais por isso.

Por isso, não fique triste com aquela sua última postagem no facebook que recebeu poucas curtidas. Isso não significa que seus amigos não ligam para você ou que não é especial para ninguém. Eles estão apenas mais preocupados com as próprias postagens, só isso.

Até a próxima.

*Luiz Medeiros é carioca e está se graduando em Psicologia pela IBMR - Laureate International Universities.

Admirador de tudo que envolve o ser humano e seus mistérios, escreverá às quartas sobre curiosidades da psicologia, do comportamento e das neurociências. Tudo em linguagem fácil e com pitadas de humor. E-mail: luizrjbrasil@gmail.com

 
 
 

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