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Elos invisíveis

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 1 de nov. de 2014
  • 2 min de leitura

Estou lendo um livro no qual nove mulheres se apresentam para o leitor e contam a história de suas vidas. O que leva justamente aquelas nove mulheres que não se conhecem e cujas histórias não se cruzam a estarem reunidas é a terapeuta que têm em comum. É curioso pensar em pessoas distintas cujo elo mais próximo – e tão próximo – é o psicoterapeuta. Mais curioso ainda é saber que este elo é invisível e onde ele tem condições de se solidificar minimamente é no próprio terapeuta. O material da análise, abstrato que é, paira no ar, reagindo dentro e fora da sala, sem forma, mas com força.

Estes elos invisíveis existem, acredito, em outras tantas situações. Com quantas pessoas, anônimas, não cruzamos na rua todos os dias? Um metrô lotado, cheio de desconhecidos, traz uma amostra do limite de nossos relacionamentos. Mas será possível que entre tanta gente que desconhecemos não haja um elo oculto conectando alguns de nós? Esse mistério normalmente permanece, a não ser que um dos desconhecidos tome uma improvável iniciativa de conversar com um outro.

Ora, talvez o mistério não permaneça tanto assim. Em tempos de internet, profiles, históricos, amigos de amigos, fica fácil “baixar a ficha” de alguém potencialmente desconhecido. Sem dúvida, a internet aproxima, mas me pergunto se ela também não pode, em certas situações, desmistificar, tirar o encanto de conhecer casualmente e sem a prioris uma pessoa.

Os elos invisíveis podem ser descobertos a partir do contato, mesmo que esse contato seja feito sem a cola do perfil do outro da internet. Mas parece que atualmente é praticamente uma tortura não investigar a vida de um outro que interesse. Por que? O que queremos com tanta informação que talvez não nos sirva de nada para a relação e que bem provavelmente não chegam nem perto de descrever a pessoa como ela de fato é? Vale pensar, mas isso é uma outra história...

*Luisa Rosenberg é psicóloga clínica junguiana, graduada em 2011 pela PUC-SP. Aos sábados, escreve sobre as coisas do cotidiano; “crônicas psicológicas” falando, muitas vezes, sobre as artes para tentar falar da vida.

E-mail: luisarosenbergcolonnese@gmail.com

 
 
 

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