As relações humanas e seu poder
- redepsicoterapias
- 19 de nov. de 2014
- 3 min de leitura
A interação entre seres humanos foi alvo de estudo de várias ciências. Da sociologia veio o conceito de que toda relação implica algum tipo de interesse. É relevante refletir sobre isso, já que, neste conceito, não se atribui o valor de ser certo ou errado ter interesses na relação com o outro. Instigo-os a refletirem sobre este assunto.
Existem vários tipos de relações. Nas relações humanas há alguns tipos de influência: do ambiente em que as pessoas estão (que pode ser físico ou virtual); da cultura a que elas foram submetidas (nacional, internacional, familiar, etc.); da religião ou da forma com que cada integrante da interação percebe e entende o mundo em que vive; da política pela qual tais indivíduos são regidos; das condutas de habilidade social que cada um apresenta; dentre outras influências tanto pessoais quanto sociais. Caballo cita em seu manual detalhadamente sobre eles.
Há pessoas que têm dificuldades em ter comportamentos socialmente hábeis nas relações humanas. Há vários fatores a serem analisados por cada um para ser habilidoso como: o olhar, o contato visual, a qualidade da voz, a fluência verbal, o tempo da conversação, o conteúdo verbal e os gestos, tanto com as mãos e a face quanto com todo o corpo. Para além desses, a Terapia Cognitiva faz tanto a avaliação desses comportamentos quanto das condutas encobertas (pensamentos, crenças, processos cognitivos).
A relação de poder consiste em um indivíduo ou um grupo (parte de um todo) impor a própria vontade numa relação social. Neste tipo de relação há o obediente e, em contrapartida, há o dominador. Esses perfis de pessoas referem-se à forma de se relacionarem com a autoridade. O dominado legitima a autoridade do dominador. Em relação a esta legitimidade, deve-se pensar se ser dominado ou ser dominador é um comportamento mais adaptativo para cada pessoa dentro de sua realidade.
Em relação aos deuses, no reinado dos titãs, houve uma revolta organizada por Gaia (Deusa da Terra) contra a tirania de Urano (Deus do Céu, criado por ela). A opressão de Urano era tal que devolvia seus filhos à Terra tirando-os do Céu. Este comportamento deu-se por seu medo de ser destronado por um de seus filhos, Cronos. O resultado dessa trama foi o castramento dele (Úrano) que perdeu seu poder. Assim Cronos passou a reinar no mundo, com seus irmãos, os Titãs.
No contexto dos Deuses percebemos uma guerra familiar, uma trama que envolve o jogo de poder entre os integrantes da família. No nosso contexto, de seres humanos, temos como maior exemplo a primeira e a segunda guerras mundiais. Resumindo, todos os fatos relacionados ocorreram por disputa de poder entre as nações, entre nós. Está aí a grande importância das eleições, de escolhermos a melhor pessoa para nos representar em âmbito nacional.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem da psicologia com tempo determinado por protocolos de atendimento, proposta e desenvolvida pelo psicólogo Aaron Beck, Judith Beck e vários outros autores engajados nesta área. Possui um arcabouço de técnicas e estratégias terapêuticas possíveis de ser utilizadas na transição de padrões de pensamento menos adaptativos para mais assertivos. Este modelo é cientificamente fundamentado e apresenta eficácia comprovada através de estudos empíricos.
Para construir uma estratégia de comportamento socialmente hábil, o psicólogo que trabalha com TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) faz a conceitualização cognitiva da pessoa atendida. É analisada a dimensão comportamental (qual tipo de habilidade necessita ser desenvolvida), a dimensão pessoal (variáveis cognitivas) e a dimensão situacional (ambiente) neste trabalho em prol da melhor adaptação desta pessoa em seu meio social.
A ação de cada pessoa é de sua própria responsabilidade, assim como a melhoria de suas dificuldades. Entretanto, quando uma pessoa percebe ter algum tipo de dificuldade (ou esta dificuldade é percebida por pessoas ao seu redor), esta tem a oportunidade de buscar ajuda de um profissional da psicologia.
Referência: CABALLO, Vicente E. Manual de Avaliação e Treinamento das Habilidades Sociais. Editora Santos. 2012.
* Raíssa Jacintho é psicóloga pela Universidade FUMEC e pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidades pela Faculdade Redentor (RJ). Sua área de atuação é a Terapia Cognitiva Comportamental em seu consultório particular. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve as quintas-feiras, sobre a Psicologia através dos mitos.
Contato: rarajacintho@hotmail.com
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