top of page

Educação, identidade e autoestima

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 10 de fev. de 2015
  • 2 min de leitura

Em qualquer área, existe um caminho entre a produção do conhecimento, sua aplicação e sua compreensão por um público mais amplo. Geralmente, algumas simplificações são necessárias e costumam ocorrer mal entendidos. Com a psicologia não é diferente.


Um dos conceitos frequentemente mal compreendidos da psicologia é a identidade, em especial a construção da identidade infantil no espaço escolar. Existem muitos educadores que sabem lidar com a questão muito bem. No entanto, é comum escutarmos afirmações do tipo: “hoje em dia não se pode mais repreender uma criança, isso vai afetar sua autoestima” ou “o professor não pode mais dar uma nota ruim para um aluno, isso vai prejudicar sua autoestima”. Estas ideias estão equivocadas. Feliz ou infelizmente, o problema é muito mais complexo.


A visão que uma criança tem de si é formada a partir do contato com as pessoas ao seu redor, principalmente as que são significativas para ela, como pais e professores. A maneira como o adulto percebe a criança afeta diretamente a forma como ela mesma se percebe. No entanto, a comunicação humana não se restringe ao que é falado, ela é muito mais sutil. Por isso, falamos do olhar do outro. Não adianta elogiar a criança simplesmente. É preciso acreditar nela. E quando acreditamos na capacidade de alguém, não elogiamos ou aceitamos tudo o que a pessoa faz. Pelo contrário, nós a incentivamos a ir mais longe, conduzimos, mostramos caminhos. Por outro lado, esperar um desempenho que está muito além das capacidades da criança também lhe mostrará que ela não corresponde às expectativas, prejudicando a sua autoestima. É necessário um equilíbrio que nem sempre se alcança facilmente. É preciso que as habilidades reais do indivíduo sejam consideradas na sua educação.


Ao longo do desenvolvimento, uma criança vai encontrar diversos adultos. Uns acreditarão mais nela, outros menos. Não é o contato com uma única pessoa que determinará a visão que ela tem de si. O impacto depende de quem é a pessoa e da frequência com que a criança recebe imagens negativas e positivas. Neste ponto, o preconceito surge como um calcanhar de aquiles. Ele afeta a capacidade dos indivíduos de julgar as qualidades uns dos outros e, portanto, avaliar as reais habilidades da criança e acreditar no seu potencial. Mesmo que o professor policie suas palavras, não é suficiente. Parte do que comunicamos escapa ao nosso controle. Além disso, considerando que os preconceitos são, em geral, compartilhados, seus alvos recebem imagens negativas por todos os lados e, isso sim, afeta profundamente a sua autoestima.


Todos nascemos e crescemos em uma sociedade com preconceitos. De alguma forma, eles afetam a todos nós. O objetivo deste texto não é atirar pedras, mas mostrar que não existem soluções simples. Promover uma educação justa e estimular a autoestima dos alunos passa, com frequência, pelo autoconhecimento e por uma busca de transformação pessoal.



* Psicóloga pela UFMG e mestre em Psicologia da Educação pela Universidade de Barcelona. Cursa a especialização em Psicologia Existencial e Gestáltica da Faculdade FEAD, em Belo Horizonte. Entre os muitos assuntos que lhe interessam, se destacam o Desenvolvimento Humano, a Filosofia Existencial e literatura em geral. Sente fascínio pela maneira como as escolhas e as situações que cada um enfrenta moldam sua vida e influenciam a sua forma de ser.

 
 
 

Commentaires


Siga-nos
  • Facebook Classic
  • Twitter Classic
  • Google Classic

Vamos continuar este contato? Assine a nossa newsletter!

Agora você faz parte da nossa Rede!

Consultório sede:

Rua Joviano Naves, 15 - sala 04. | Belo Horizonte /MG

 

Nossos contatos:

(031) 4141-6838

(031) 4141-6839

redepsicoterapias@gmail.com

Nos acompanhe:

  • Wix Facebook page
  • Instagram Social Icon
  • Wix Twitter page
  • Wix Google+ page
  • LinkedIn Social Icon

©Copyright 2011 Rede Psicoterapias. Todos os direitos reservados.

bottom of page