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Esboços, clínica e arte

  • Foto do escritor: redepsicoterapias
    redepsicoterapias
  • 11 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

Retomar as colunas com a Rede é um grande prazer, e dessa vez mais especial, pois escolhi falar de um tema que me toca muito e que abordei poucas vezes aqui: arte. Embora dedique grande parte do meu tempo a estudar a escrita, esse ano passarei a entender também a arte de forma mais ampla e como a Psicologia tem conversado com ela. Essa coluna inicial tem cheiro de caixa de lápis de cor novo, daquele começo de ano em que testamos todo o material e tiramos o que não presta mais para usar somente o novo. De pegar a tela nova, pintar toda de branco, e somente assim, começar a desenhar.

Não me esqueço da primeira (e única) aula de pintura que fiz, em que eu, adolescente e muito empolgada para começar, fui frustrada pela professora que deu a tarefa de realizar um desenho de observação a lápis por 90 minutos. Após 15 minutos de cópia já estava entediada e enraivecida, pensando que ela não estava me auxiliando com meu objetivo: pintar com tinta.

Demorei algum tempo para entender que a pintura exige um exercício prévio, além do próprio desenho a mão livre, chamado paciência. Poderia ampliar isso para a arte, da qual uma pequena parte é inspiração e outra grande é treino, erro e espera até que saiam grandes obras. Penso que isso se assemelha ao processo terapêutico.

Pude acompanhar mais de uma vez casos em que pessoas chegavam à clínica com demandas e objetivos claros a serem resolvidos e que se frustravam em ver que o processo não corria do modo esperado, como se pudesse haver “resultado garantido”. Utilizando a arte como metáfora, na clínica trilhamos um caminho artesanal, no qual o terapeuta pode inspirar, mas em que a pessoa atendida é responsável pela pintura da tela. Em muitas situações, às vezes acontece de fazermos vários rascunhos a lápis antes de começar a usar a tinta.

O que me fez pensar em tudo isso é o fato de ter retomado esse desenho há algumas semanas, e ter ficado muito surpresa ao ver a qualidade do que fiz. Gosto de desenhar, mas não sou uma boa desenhista. Porém, nesse caso, o fato de ter de me concentrar e olhar para aquele ponto em específico, fez com que a riqueza de detalhes e a qualidade das sombras e do traço ficassem além do esperado.

Se voltarmos novamente ao paralelo com a clínica, o psicólogo não forçaria uma questão de modo incisivo como um professor de arte por exemplo, porém em alguns momentos é possível que aponte questões a refletir, ou que aja de modo mais focal. Em vários momentos me deparei com apontamentos de minha terapeuta em que me senti desconfortável a princípio, mas que depois fui compreendendo o quanto eram significativos. Nesse sentido, Arte e Psicologia caminham juntas porque ambas colhem “resultados” que não são imediatos, e que são muito particulares: serão sempre compreendidos e sentidos de modo diferente para cada um.

Por isso, ousar falar de arte é sempre dar um pitaco naquilo que foi feito por uma individualidade que não foi a minha. Ainda assim, encantada que sou por tudo aquilo que é sensível, me arriscarei nessa tarefa. A ideia é que possamos falar não somente sobre arte como recurso terapêutico, mas também explorar os olhares possíveis da Psicologia a partir da música, pintura, livros, cinema e tudo mais que for sugerido a partir das leituras. Até lá!

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