A dívida do homem
- redepsicoterapias
- 22 de fev. de 2015
- 2 min de leitura
Já ouviram falar de uma dívida que não pode ser paga? Que ao mesmo tempo é uma dívida que não exige credor, fiador, sem juros, nem mesmo é permitido acordos ou financiamentos. Estou falando da dívida que todo homem (mulher) tem consigo, com o mundo e principalmente com os outros.
Nossa existência só é possível porque este mundo existe, porque existiram outros antes de nós, como os nossos pais, avos e bisavós. Portanto este mundo também existirá para outros depois de nós, como sobrinhos, filhos e netos. Assim o ciclo se renova a cada geração dando inicio a esta dívida da qual falo.
Começamos a sentir o peso dessa dívida quando não conseguimos manter nossas escolhas, quando não as sustentamos de acordo com nossas expectativas ou obrigações, quando não alcançamos nossos interesses. Assim acabamos confundindo o fato de viver com o fato existir.
Nós vivemos ou existimos primeiro? Geralmente utilizamos a palavra viver quando estamos desabafando sobre as dificuldades que a vida nos revela, muitas vezes afirmando que estamos cansados de viver “assim”. O fato de existir trás consigo mais complexidades, pois associamos a existência com missão. Perguntas como: O que você vai ser quando crescer? Qual o seu objetivo de vida? Qual sua função no mundo? Muitas vezes nos trazem angústia por não termos essas respostas imediatamente, por não conseguirmos respondê-las ou até por não encontrarmos satisfação quando percebemos as respostas.
A partir de nossa experiência de vida aprendemos a decifrar este contexto descrito acima, aprendemos o “preço” de tudo, aprendemos na pratica que a vida nos revela aos poucos suas surpresas e quando não assumimos inteiramente as nossas escolhas ela nos cobra.
Esta dívida se chama responsabilidade. “O indivíduo é o único responsável por dar significado à sua vida e em viver de maneira sincera [..]” (Kierkegaard. O conceito de angústia, 1844). Esta dívida nunca nos abandona.
* Recém formado em psicologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. Atuante como professor de filosofia na rede estadual de São Paulo. Para Lucas dentre todas as teorias que compõem a psicologia, assim como a visão de mundo e de homem proposta por elas, ele valoriza a que resgata a responsabilidade do homem, atribuindo então consequências de suas ações como resultado de suas escolhas. É este homem que ele pretende potencializar.
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