Violência e Criminalidade
- redepsicoterapias
- 23 de fev. de 2015
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Indiscutivelmente, a humanidade atravessa um período crítico. Na mesma proporção em que o ser humano avança para uma sociedade desenvolvida e tecnológica, ele regride por não adquirir recursos mais eficazes de convivência social. Desse modo, ao lado dos avanços assistimos à degradação da ética, da moral e dos valores humanos.
No Brasil, a sensação de insegurança é evidente. De fato, nosso país é um dos mais violentos da América Latina. A criminalidade cresce dia após dia. Mas afinal, qual a origem do crime? Por que algumas pessoas rompem com as regras enquanto outras as obedecem? O que não faltam são teorias para explicar o que causa a criminalidade, no entanto não se pode afirmar a existência de uma teoria geral, pois crime é um conceito amplo. Ao falarmos sobre o mesmo, temos que ter a compreensão de que ele é envolto por diversos fatores.
Ao longo dos séculos, o homem sempre teve sua história marcada por violência, guerras e conflitos. Mas, ao contrário do que muitos acreditam, o ser humano busca conviver socialmente de forma saudável. No entanto, quando a família, a religião, outras instituições e o Estado não dão conta, o Direito surge para punir aquele, que de alguma forma, transgride as normas sociais. Quando um indivíduo infringe uma regra, ele passa a ocupar um lugar à margem da sociedade. A punição aplicada pode ser de caráter corretivo, com o objetivo de reeducar o indivíduo para que o mesmo não volte a cometer delito, ou de caráter exemplar, buscando desincentivar outras pessoas a cometerem atos semelhantes.
Quando se fala em criminalidade, é comum as pessoas procurarem as causas do crime no indivíduo que o comete; são os chamados fatores endógenos (internos). Sob um ponto de vista biológico, uma das teorias mais famosas, todavia já descartada, é a de Lombroso, que defendeu a tese do criminoso nato. Nesse caso, o indivíduo estaria predisposto a cometer um crime devido a uma anomalia fisiológica e nada poderia ser feito a respeito. Outra linha de pesquisa, com foco no indivíduo, porém sob um ponto de vista psicológico, já apontou as causas do crime na psique do criminoso. Sendo assim, o comportamento delinquente seria decorrente de um desequilíbrio mental.
Fato é que o crime, como já dito anteriormente, é um fenômeno multifatorial. Há quem esqueça e questione a importância de algum desses fatores, afirmando que existem pessoas expostas aos mesmos condicionantes e que não desenvolvem condutas criminosas. É óbvio e claro, que não há condições que garantam que uma pessoa cometerá crimes, mas é certo que determinados contextos, provavelmente favorecerão a proliferação da delinquência. Estamos falando dos fatores exógenos (externos); dentre os mais comuns, podemos destacar os sócio-familiares, sócio-educacionais, sócio-econômicos, sócio-ambientais (más companhias) e outros como migração, favelização, adensamento populacional, mídia, drogas, álcool, prostituição, corrupção, porte de armas, etc. (FARIAS JÚNIOR, 2001).
Sendo assim, concluímos que no contexto atual, há uma conjugação de fatores que favorecerão o envolvimento de indivíduos na criminalidade. Cada um desses fatores aponta para diversas situações que merecem nossa atenção e necessitam ser compreendidos em sua totalidade, pois revela aspectos significativos para a explicação do crescente e contínuo envolvimento do homem com a criminalidade.
A Psicologia, vem sendo demandada nas mais diversas esferas da nossa vida; na escola, no trabalho, na política, na saúde, na criminalidade, parece-nos que esta ciência sempre tem algo a dizer. Daí sua importância, uma vez que busca uma maior compreensão do comportamento humano.
Até a próxima!
Monalisa Lage
FARIAS JÚNIOR, João. Manual de Criminologia. 3.ed. Curitiba: Juruá, 2001.

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