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Estudos sobre desenvolvimento infantil

  • Juliana Bruckner
  • 10 de mar. de 2015
  • 3 min de leitura

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Existem alguns temas sobre os quais todo mundo tem uma opinião, um palpite. Um deles é a educação de crianças e adolescentes. Escutamos comentários sobre o assunto em viagens de ônibus, restaurantes, conversas entre amigos, etc. Os meios de comunicação divulgam várias informações e, assim, muita coisa é conhecida por boa parte da população. No entanto, outros dados são contraditórios, as pessoas nem sempre entendem de onde eles saíram e, talvez por isso, não acreditam neles. Uma parcela desta confusão se deve ao nosso pouco conhecimento sobre como funciona a produção científica em geral e a pesquisa sobre desenvolvimento humano, em particular. Nesta coluna, pretendo falar um pouco sobre isso.


Em primeiro lugar, todo conhecimento científico só é válido até que se prove o contrário. Isso não é uma “falha da ciência”, é assim que ela funciona e é por isso que o conhecimento avança. Os estudos, algumas vezes, têm resultados opostos e nem sempre se sabe o porquê. É preciso investigar, testar de novo em outros contextos, observar mais um pouco, para tentar juntar as informações em uma explicação coerente. No caso das pesquisas em ciências humanas, como a Psicologia e a Educação, existem dificuldades adicionais. Você não pode, por exemplo, criar algumas crianças em ambientes sem nenhum tipo de linguagem (nem de sinais) para ver como se desenvolveria o seu pensamento ou como isso afetaria a sua capacidade de resolver quebra-cabeças. Fazer algo assim seria totalmente antiético.


Na prática, os estudos em Psicologia do Desenvolvimento costumam envolver tanto indivíduos que tem o desenvolvimento esperado quanto aqueles que possuem alguma condição especial (crianças com desenvolvimento atípico). Estudos com gêmeos ou crianças adotadas também podem ser muito úteis, assim como testes e exames de vários tipos. A realidade humana, no entanto, é muito complexa e, por isso, muitas vezes é difícil descobrir o que causa o quê. Um exemplo desta confusão são as explicações sobre o autismo. Hoje se sabe que ele tem fatores genéticos e ambientais, embora não se saiba exatamente que fatores são esses. Nas décadas de 50 e 60, contudo, acreditou-se que a síndrome aparecia devido ao comportamento distante da mãe. O que acontece é o oposto: a criança autista não estimula e nem responde às interações maternas, então essas interações tendem a diminuir. Todos os bebês alteram o ambiente em que vivem, mas é difícil determinar até que ponto.

Apesar das dificuldades, existem consensos e conhecimentos bem fundamentados. Um deles é o que se refere ao uso de punições violentas na educação dos filhos. Embora existam pesquisas que mostrem que algumas coisas que dão certo em uma cultura não funcionam em outras, estudos em diversos países, inclusive o Brasil, relacionam o uso da violência pelos pais a problemas de comportamento dos filhos. Nesse caso, a mudança de atitude dos adultos leva a uma diminuição das dificuldades com as crianças, e isso acontece no mundo todo. Assim, é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Mesmo que, talvez, crianças difíceis levem os pais a bater mais, com certeza bater torna a criança mais difícil e pode trazer problemas para ela que vão permanecer até a vida adulta. Em outras palavras, a dificuldade daquele menino agressivo que você conhece certamente não é falta de couro.

Referências:

Informações bem mais detalhadas sobre os temas abordados pode ser encontradas em:

  • História dos estudos sobre o autismo: http://autismoerealidade.org/informe-se/sobre-o-autismo/historia-do-autismo/

  • Metodologia e desenvolvimento:

  • Johnson, M.H. e Haan, M. (2011) Developmental Cognitive Neuroscience.

  • Papalia, D. E., Olds, S. W, e Feldman, R. D. (2006) Desenvolvimento Humano.

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