Uma das escolhas: a temperança
- Raíssa Jacintho
- 12 de mar. de 2015
- 2 min de leitura
No texto anterior me referi a alguns transtornos referentes ao pecado da gula. Disse-lhes que a gula é um dos desejos irracionais psicológicos que pode provocar sintomas que podem ser controlá-los através da escolha de cuidar da própria saúde. Mas o que leva essas pessoas a se maltratarem a tal ponto que ocorre o momento de perderem o controle de si?
É importante pensar sobre como nos tratamos. Você se cuida bem? No mundo de hoje, “somos obrigados” a fazer tantas coisas pra ontem que às vezes o hoje pode ficar prejudicado.
Eu percebo uma mulher, por exemplo, uma mãe, que tem que levar seu filho para escola, com a merendeira pronta e o café dado antes disso; tem que ir trabalhar e chegar na hora; tem que dar resultados em seu trabalho; tem que buscar o filho na escola; tem que fazer para casa com ele; tem que fazer janta para sua família; tem que cuidar do relacionamento com o marido; e ainda tem que dormir. Este exemplo refere-se à vida cotidiana da maioria das mães brasileiras, mas tem casos em que a mãe não teve tempo de se arrumar pro trabalho e passa seu dia se sentindo feia. Em outro caso pode ter uma mãe que não teve tempo de fazer para casa com seu filho e ela se sentir culpada...
É importante lembrar que ninguém é obrigado a nada, ninguém tem que nada, embora existam esponsabilidades em cada papel que assumimos. Devemos saber o que depende de nós e o que não depende de nós. Este é o início para a solução dos problemas que enxergamos ter na vida.
Pode-se perceber que é através da escolha que se livra dos vícios. A temperança consiste na escolha de conservar o corpo, de cultivar a paz interior e a saúde de forma geral. A pessoa que traz em si a virtude da temperança pensa em uma alimentação balanceada para nutrir-se com todos os nutrientes de que precisa, por exemplo.
Na dualidade em que o Homem é lançado, as suas escolhas em relação ao agir são preditoras de suas consequências. Nossa espécie e condição de Seres Humanos estão além de simplesmente ter impulsos, temos a razão. A temperança é uma arma contra nossos impulsos. Por mais que seja difícil controlá-los, está nas rédeas do Homem o poder de controlar os seus desvios de conduta. E este é o poder do autocontrole.
A escolha não se dá de forma linear, somos seres humanos e somos errantes em busca de acertar. Uma hora caímos em um pecado, em outra, conseguimos firmar-nos em um caminho de uma virtude. Esta é a rotina da mãe do exemplo acima, esta é a rotina de cada um de nós. Busquemos o caminho do meio, ou o caminho do centro, como eu prefiro dizer. E se está difícil viver com “suas próprias pernas” com mais sabedoria, com mais qualidade de vida, sugiro buscar ajuda. Existem vários profissionais que podem ajudá-lo a ir de encontro a esta necessidade, como, por exemplo, os psicólogos.

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