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Eu tenho medos. E você?

  • Heder Batista
  • 13 de mar. de 2015
  • 3 min de leitura

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Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. (Clarice Lispector)


O medo... Ah, o medo! Como podemos nos entregar tanto a esse sentimento que nos esquecemos da força que temos para confrontá-lo? O medo muitas vezes nos faz prisioneiros de nossas próprias vontades e desejos, não nos deixa buscar nossa felicidade e nos empurra para as tristezas e revela nossas maiores fraquezas.


Em minha prática clinica, pude me defrontar com casos de pacientes que relataram situações em que temiam fazer o movimento de ir à busca de seus objetivos por medo do desconhecido e ficavam inertes frente à possibilidade de mudança e/ou preferiam ficar estagnados na comodidade em que se encontravam – mesmo que essa situação cômoda não fosse a ideal.


Mas meu intuito não é falar simplesmente sobre o medo que assola as pessoas, nem tentar, nesse texto, mostrar soluções para essas dificuldades. Na verdade percebi que, para vencer o medo, é necessário vivenciá-lo, experimentá-lo e sentir todas as emoções que esse sentimento nos traz. Como poderia simplesmente ignorar esse sentimento que me atordoa e desorienta minhas ações?


Temos o hábito de nos esconder de nossas emoções, principalmente aquelas que trazem sofrimento. Na coluna passada que escrevi, refletia sobre a necessidade de estarmos sempre em constante movimento, deixar que nossos sentimentos, vontades e desejos nos movam a ideais e objetivos que nos façam buscar sempre aquilo que é objeto de nosso desejo.


Pode parecer simplório quando digo que os sentimentos e desejos deveriam guiar nossas vontades e sonhos. Alguém poderia questionar, e o faria muito bem: como ser guiado por sentimentos que muitas vezes são pautados por duvidas, medos e angústias e que não deixam fazer o movimento em busca do sonho?


Não esperem que eu responda a esse questionamento aqui nesse texto. Digo o porquê não faria isso: esses meus escritos, textos, essas colunas que aqui são publicadas, não tem a pretensão de responder ao questionamento pessoal de cada um, pelo contrário, ficaria feliz se algumas das frases que aqui escrevo servissem de agentes de mudança para quem as lê. Não uma mudança no sentido de resposta, mas que servisse como uma bussola... Isso!! Um norteador para você que toma conhecimento desses textos, e se enxerga em alguma história aqui contada, possa parar e se perguntar: está na hora de fazer meu movimento?


Se pergunte qual seu medo. Não tenha receio da resposta e nem pense que admitir ter medo de algo é diminuir sua capacidade de ser e existir. Cuidado também para que seu medo não se torne uma desculpa para cruzar os braços e acreditar que não vai mudar, ou pior, que a mudança ocorrerá feito passe de mágica.


Tenho medo de dirigir? Medo de nadar? Medo de altura? Quem sabe medo de barata, de sapo, de aranha? Medo da morte, da solidão, da fome, da falta de trabalho. Medo de mudar, de escolher outro caminho que me faça feliz. Medo de me aceitar, de ser diferente. Medo de amar? Medo da felicidade, da alegria, do entusiasmo, da paixão, da entrega. Medo da vida?


Eu tenho alguns desses medos que coloquei acima. Mas há algum tempo preferi fazer movimentos que me levassem a descobrir novos caminhos e me dessem suporte para ultrapassar algumas barreiras que julgava intransponíveis.


Foi fácil fazer esse movimento, aceitar esses meus medos e confrontá-los? Não, absolutamente não. Existiu uma carga de sofrimento, de choro, de angústia, de incertezas. Mas no fim percebi que se eu não buscasse uma forma de movimentar minha vida, de fazer com que ela tomasse outro rumo, de buscar meus desejos e sonhos de outrora, relembrar o “paraíso das cachoeiras”, me tornaria escravo dos meus medos.


Diariamente me confronto com medos e angústias. Mas agora aprendi que para vencê-los eu preciso primeiro entende-los e aceitá-los como partes constituintes da minha condição humana. Não existe vida sem medo. Porém existe a vontade de viver a vida e buscar nela e com ela os caminhos para superar os medos e alcançar os desejos, alegrias e objetivos.


Por fim, como disse, não é meu intuito dar respostas para os medos específicos de ninguém. Mas espero que, de alguma forma, falando um pouco sobre minhas dificuldades e meus medos, mostrando que todos somos humanos e temos sentimentos parecidos, vocês possam, como eu, superar – ou lutar, contra os medos recorrentes que se apresentam e, sempre, possam ter em mente qual caminho seguir para encontrar o paraíso das cachoeiras, guardados no coração de cada um. E se necessário for, que a rota em busca desse paraíso mude, mas que não se perca a vontade e o desejo de ser feliz e ser merecedor dessa felicidade.


Heder Naves Batista

Contatos: hedernaves@uol.com.br


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