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Quando nos tornamos um número

  • Lucas Coutinho
  • 22 de mar. de 2015
  • 2 min de leitura

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Logo quando nós, seres humanos, nascemos é necessário escolher um nome, sendo este registrado em algum cartório, onde recebemos um número de matricula que indica em um livro uma página de localização, contendo o nome agora reconhecido judicialmente. Desde aqui começa a nossa trajetória com números, geralmente servindo para nos identificar.


A partir de então se compõe o número de nascimentos no ano, o número de partos normais ou cesarianos, o número de pais e assim por diante. Avançando em nossa vida iniciamos os estudos, na escola primaria e assim por diante, onde um número de RA (Registro do Aluno), levando em conta o número de nascimento para a efetivação da matricula. Mais tarde este mesmo registro será um possível número de RG (Registro geral), que por sua vez permitira a obtenção do CPF (Cadastro de Pessoa Física), sendo estes necessários para todos os possíveis tramites que nos envolveremos.


Em nossa vida democrática utilizamos outro número o Título de Eleitor, que permite nossa participação ativa na democracia de nosso país. Ainda para os homens em sua esfera militar o Reservista, contando apresentação para a defesa nacional. Quando escolhemos uma profissão utilizamos os conselhos de classe, que mais uma vez nos fornece um número. Em praticamente todas as esferas de nossas vidas se exigira algum número.


Alguns cargos são preenchidos a partir da quantidade de votos, os vereadores, prefeitos, deputados, governadores e presidente também entre outros. Na saúde as medidas e planos adotados de promoção e prevenção seguem os dados epidemiológicos, ou seja o número total de pessoas portadoras de tal doença, ou afetadas por alguma epidemia, onde se não forem alarmantes deixa-se em segundo plano. Podemos descrever outras inúmeras situações onde apenas representamos números, em muitas delas nada além disso.


A perspectiva descrita acima acaba trazendo um peso para o existir, se transformando em um mecanismo sufocante para o “ser-no-mundo” (Heidegger), que por diversas influências não consegue abstrair os significados práticos apresentados por estes números de identificação, já que estes legitimam nossa condição de cidadãos, pois estes registros permitem a inserção em diversas instituições que permeiam o convívio com outros seres, auxiliando a construção de visão de mundo além destes números .


Porém se esta condição nos limita apenas a este mecanismo que sufoca e acabamos desvalorizados, alimentando a ideia de que somos apenas mais uma pessoa no meio disso tudo, limitando a perspectiva de vida.


Assim a possibilidade existencial da “pre-sença” permite a tomada de posse do mundo a partir da maturidade advinda na abstração de experiências, mesmo as proporcionadas através dos números de identificação, como mencionadas acima. (Barbosa M. F. Psicologia Ciência e Profissão Vol.18, nº 3, Brasília 2008)


Estas considerações correspondem aos fenômenos que permeiam nossa trajetória de identificação, para o registro de quem somos, de onde viemos e para onde vamos, incitando o nosso lugar neste mundo, além dos números que nos fornecem. Já que as experiências permitidas pela “pre-sença” sobre este registros são a fonte da visão de mundo que construímos, indo a favor ou não a ideia de desvalorização a partir da soma com outros seres humanos.


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