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Do que você quer defender seu filho?

  • Juliana Bruckner
  • 21 de abr. de 2015
  • 2 min de leitura

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Conversando com mães de adolescentes, comecei a observar que algumas delas adotam, ao menos em certas circunstâncias, uma postura de embaixadoras. Por amor, por querer proteger os filhos de um mundo que é realmente injusto, porque vê-los sofrendo dói nelas mesmas; estas mães intercedem pelos filhos, pedem por eles, tentam conseguir desculpas, favores e oportunidades: “Mas ele é um menino tão bom... não merecia (essa nota, essa advertência, essa expulsão, esse galo na testa)... Foi influenciado pelas más companhias!”. A culpa é sempre do outro (primo, vizinho, professor, colega...) e desconsidera que as pessoas, em geral, se juntam por afinidade.

Neste texto, deixarei de lado os motivos que levam uma pessoa a ter dificuldade de enxergar os erros e defeitos daqueles que ama, especialmente de um filho. Quero focar na intenção de proteção e defesa que percebo nas mães. Ora, proteger o filho é, de fato, um dos seus deveres! Além disso, é importante que a criança – ou mesmo o adolescente – saiba que pode contar com os pais para o que der e vier. Mas você já parou para pensar sobre os riscos aos quais o seu filho está efetivamente exposto? Do que você quer, realmente, protegê-lo? Suponha que ele tenha sido pego fumando maconha no intervalo do colégio e tenha sido suspenso, que risco uma suspensão representa para ele? E repetir de ano? E ganhar uma mordida na creche?


Nenhum dos exemplos anteriores deve acontecer. No entanto, salvo em situações extremas, ninguém pode prejudicar tanto um indivíduo quanto ele mesmo, por meio de suas ações, de suas escolhas. Fumar maconha trará muito mais malefícios a seu filho do que tomar suspensões. Uma escolarização deficiente é muito pior, a longo prazo, do que repetir um ano. Portanto, para proteger seu filho de tudo o que o mundo tem de pior, você precisa conseguir ensiná-lo a fazer boas escolhas por si mesmo. Isso não é fácil e não depende só de você. Não é possível controlar todas as interações, companhias e aprendizados que um adolescente terá na vida e, no final, cada um trilha o seu caminho com as próprias pernas.


Para aprender fazer escolhas, contudo, uma pessoa precisa entender que todos os seus atos têm consequências. Precisa saber refletir sobre os resultados de suas atitudes. Mesmo tentar fugir tem consequências: quando alguém mente para acobertar um erro, por exemplo, às vezes se enrola mais do que se o tivesse assumido. Assim, se, por amor ou compaixão, você tenta proteger seu filho das consequências dos atos dele, você não está contribuindo para que ele se torne uma pessoa responsável, para que ele aprenda a escolher o que lhe faz bem. Com a melhor das intenções, você está contribuindo para que ele se exponha a riscos muito maiores do que aqueles dos quais você pode protegê-lo.


Não estou defendendo uma educação inflexível ou que algum deslize não possa ou não deva ser perdoado. Para que haja um bom diálogo com seu filho, a compreensão é essencial e, afinal, todo mundo pisa na bola de vez em quando. Isso, contudo, é diferente de tentar “aliviar”, sistematicamente, as consequências das suas atitudes. Para o seu próprio desenvolvimento, é importante que ele as assuma.

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