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O desafio de ser humano

  • Heder Naves
  • 24 de abr. de 2015
  • 4 min de leitura

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A cada dia que passa me pergunto como é difícil o desafio de nos entendermos como seres humanos. Em um primeiro momento pode parecer estranho esse questionamento, tendo em vista que somos tão diferentes física e intelectualmente dos outros animais que, talvez, não devesse ser difícil me compreender como ser humano.


Mas o que é ser humano? Sempre ouvimos essas palavras em diversas situações e contextos. Na verdade estamos tão familiarizados com elas que nem percebemos que estamos falando de nós mesmos. As usamos como se elas se referissem a outro qualquer ou a apenas uma definição para traduzir uma ideia a que me refiro.


Para Sócrates, a principal característica do ser humano era a razão, que o tornaria diferente de um animal irracional. Tínhamos, então, uma das primeiras definições de humano, onde, na escala racional, o homem se tornaria superior aos animais irracionais. Platão vem ao encontro das ideias de Sócrates e conclui que o lugar da razão no ser humano seria a cabeça. Agora seríamos seres humanos dotados de razão e com um lugar para a tal.


Mas ainda era pouco para um ser estrutural como o homem. E surgiram outras definições e ideias sobre a constituição do ser humano. E depois de tantos anos e definições, eis que ainda me deparo com o questionamento de como é difícil o desafio de ser humano.


Vou me despir das definições filosóficas, psicológicas, antropológicas, religiosas, enfim. Vou deixar todas essas concepções e estudos acerca do ser humano para trazer uma visão de um ser humano tentando entender o desafio de ser humano.


Quando era criança entendia o mundo como algo grandioso e inalcançável. Sei lá, acreditava que as pessoas eram eternas e que nada de ruim pudesse acontecer com elas. Na verdade acreditava que a vida era parecida com os desenhos animados, onde as coisas ruins aconteciam, mas sempre o riso e a alegria contagiavam e dissipavam as tristezas e tragédias. Depois de algum tempo fui entender que o ser humano é que era o responsável pelas coisas ruins que ele próprio experimentava. E não entendia o por quê daquele comportamento.


Até hoje não consigo entender o comportamento do ser humano e é por isso que me pego pensando nesse desafio que é ser humano.

Temos tudo para podermos ser felizes. Então porque não somos? O que ainda falta para o ser humano ser, de fato, humano?


Talvez devêssemos deixar de sermos humanos um pouco e aprender com aqueles que consideramos irracionais – os animais. A natureza nos brinda com o que de melhor poderíamos querer para nós mesmos, viver com aquilo que necessitamos e nos relacionarmos com os outros como um grupo, como uma sociedade harmoniosa.


Penso que o primeiro passo para nos entendermos como seres humanos seja nos entendermos, cada um, como único e limitado. Não basta dizer: eu me conheço, sei como sou e reconheço minhas limitações. Tenho que viver minha humanidade. Tenho que aprender que nem sempre estarei certo nas decisões – mas que sou livre para tomá-las; aprender que, o que eu quero de bom para mim, eu deveria querer para o outro também – afinal o outro é humano como eu; respeitar meus sentimentos e não fazer deles um campo de batalha onde o mais prejudicado, no final, sou eu mesmo. Reconhecer a si mesmo é ir além de um simples “exame de consciência”, é estabelecer um propósito de todo dia tirar um tempo e conversar consigo mesmo e se perguntar: e aí, como eu estou hoje? O que eu fiz de bom hoje para reafirmar minha condição de ser humano? O que senti ou estou sentindo? Quais foram minhas falhas? E responder. E não ter medo das respostas. O medo faz parte do ser humano e ele, por muitas vezes, nos força a não dar passos à frente por incredulidade na nossa força de superar desafios. Mas para me reconhecer como ser humano tenho que enfrentar esse medo e me dar as respostas para todas minhas perguntas, por mais difíceis que sejam.


E se eu não estiver preparado para as respostas das perguntas que eu me fizer? Se não estiver seguro o suficiente para esse autoconhecimento da minha humanidade? Bem, tenho que dizer que isso pode acontecer. Mas se de fato isso acontecer, não se desespere, faz parte do ser humano não conseguir as respostas para seus questionamentos e faz parte acreditar que não é forte o suficiente para enfrentar a si próprio (e esse é o maior desafio do homem, enfrentar a si mesmo). Mas você terá dado o primeiro passo para vencer o desafio de ser humano.


Os outros passos para esse encontrar com o ser humano que todos nós somos e para vencermos o desafio de me descobrir como tal serão dados gradativamente após cada dia que eu conversar comigo mesmo e for me abrindo à necessidade de me reconhecer, aceitar, amar e mudar aquilo que não estive bom.


O desafio de ser humano está lançado. Talvez seja o momento de tentarmos vencê-lo.


Heder Naves Batista

hedernaves@uol.com.br

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