Toda Mulher nasceu para ser Mãe?!
- Elaine Souza
- 23 de mai. de 2015
- 3 min de leitura

O titulo acima não é uma pergunta ou afirmação, mas um divisor de águas para refletir sobre este assunto tão delicado que às vezes se torna indiscutível, porem uma realidade da qual não se pode fugir. Enfim, será mesmo que todas as mulheres nasceram com o instinto materno? Se me permitem, sem julgamentos de valores, minha resposta é negativa! Nem todas nasceram com o dom maternal, porque para ser mãe é preciso ter o dom de doar-se por inteira.
Este é um momento único na vida feminina, em que a essência e a grandeza não somente reprodutivas, mas psicológicas, emocionais e afetivas se concretizam no nascimento do filho tão desejado e idealizado pela progenitora. Para Freud, a mulher se completa na maternidade. Concordo com a afirmação do autor, mas a meu ver ela não serve para todas as mulheres e isto não quer dizer que as que não querem ser mães estão incompletas.
A evolução nos direitos conquistados pelo gênero feminino permitiu à mulher da atualidade realizar escolhas sobre determinados fatores que antes eram vistas como obrigações e deveres, como exclusivamente serem mãe e donas de casa. Atualmente, com uma diversidade de planos para vida, seja ela pessoal ou profissional, a mulher optou ou por se tornar mãe em um momento mais tardio ou simplesmente não ser. Acrescento que o fator ser mãe vai para além do organismo, existem também desejos, ideais e toda uma estrutura formada e desenvolvida na vida de cada mulher desde a tenra idade.
Ressalto que o contexto principal da questão colocada não é o fato de simplesmente ser ou não ser, mas sim ser na essência! Existem mulheres que geram crianças, porem isto não as faz mães. Os filhos precisam de retaguarda e quando enfatizo esta questão não estou excluindo o pai desta posição, mas estamos falando de mães! “A mulher mantém mais a estrutura familiar que o homem. Portanto, uma família sem mãe sofre muito mais o risco de desagregação, de cada um ir para seu canto, que uma família sem pai.”
Em minha experiência profissional na clinica psicológica infantil, acompanho vários casos em que é visível “mães” boicotarem o desenvolvimento dos filhos e até os abandonarem.
É claro que não conhecemos todo o contexto de vida delas, por isso devemos considerá-lo sem julgá-las.
Contudo, nem todas nasceram para ser mãe, seja pela escolha ou pela falta de preparo estrutural, psicológico e emocional, porque mãe é aquela que prepara o filho para o mundo! E este amor incondicional e intenso vai para além de definir regras, limites e de encorajar ao enfrentamento das adversidades sejam elas quais forem, mas estar sempre na retaguarda possibilitando o crescimento saudável dos filhos.
E por isso tudo e algo mais que vai para além das palavras, dia de mãe são todos dias, que podem ser tristes, alegres, agitados, tranquilos, mas que ao final “ELA” é uma eterna guerreira que continuamente luta pelas vitorias dos filhos. Por isso ame-a, hoje, amanhã, sempre, porque todo dia é dia das MÃES, e não importa quem a representa, se é tia, avó, irmã, prima, seja lá quem for! Já deu um abraço na sua mãezinha hoje!
Abraço Grande!
Elaine Souza.
Referências:
Novas Conferências Introdutórias sobre Psicanálise e Outros Trabalhos (1932-1936) - Coleção Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud - Vol. 22
Tiba, Içami. Quem ama educa – São Paulo Editora Gente. 2002.
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