É melhor prevenir (meditando!) do que remediar
- Ricardo Assarice
- 21 de jun. de 2015
- 3 min de leitura
Quem nunca se sentiu triste? Desanimado com a vida, a fim de ficar em casa, debaixo das cobertas e faltar ao trabalho. Na correria do dia a dia, preocupados com contas, trabalho, com nosso corpo cheio de ‘imperfeições’, trânsito e afins, acabamos por nos desgastar, biologicamente e psicologicamente.
É comum, portanto, que, para manter o equilíbrio, nosso corpo exija descanso, clame por noites bem dormidas e sabote nosso despertador na segunda-feira. Mas às vezes essa necessidade biológica se exacerba e merece atenção. Condições como depressão, ansiedade, síndrome do pânico são problemas relativamente contemporâneos e só tendem a aumentar.
Quem adora essa história é a Indústria Farmacêutica, que em 2008 lucrou aproximadamente 725 bilhões de dólares. Mas isso é outra história, para outro momento. O objetivo deste texto é mostrar uma efetiva ferramenta contra esses males contemporâneos: a meditação.
Conhecida milenarmente pelo Oriente, a meditação, apesar de diferentes técnicas, nomes e nomenclaturas, pode ser entendida como o exercício de relaxar conscientemente e focar a mente para o momento presente. Do latim, meditare, significa “voltar a atenção para si”. Algumas pesquisas recentes estão comprovando incríveis benefícios da prática da meditação e indicando-a como um poderoso instrumento para psicólogos. Na pesquisa das psicólogas da UFRS “Por que meditar? A experiência subjetiva da prática da meditação”, Carolina Baptista Menezes e Débora Dalbosco Dell'Aglio concluiram que “com base na predominância de benefícios cognitivos e emocionais, sugere-se que a prática meditativa pode se constituir como uma ferramenta útil à Psicologia, concorrendo para um desenvolvimento psicológico saudável”.
Mas como meditar? Existem muitos métodos e técnicas, por isso, vou passar alguns passos básicos para quem quer começar. Antes de tudo, lembre-se que é uma atividade que precisa ser feita com constância, então se proponha a fazer todos os dias. Você pode começar com 10 minutos, duas vezes ao dia, e aumentar caso sinta necessidade ou vontade. É essencial encontrar um lugar tranquilo, quieto e que ninguém vá te incomodar. Desligue celulares e afins, afinal, são só 10 minutos!
Algumas pessoas gostam de acender um incenso e colocar uma música relaxante, isso também funciona. Eu particularmente não gosto de músicas com letra, pois acabado me desconcentrando, mas, por exemplo, o som de chuva, pode ser muito agradável.
Encontrado um local adequado, você pode se deitar ou se sentar. O importante é poder relaxar e, preferencialmente, deixar a coluna reta. Comece fazendo algumas respirações profundas, inspirando com o nariz e expirando com a boca. Após algumas tente relaxar e deixar sua respiração natural. Concentre-se no ar entrando, sua temperatura mais fria, e ele saindo, mais quente. Não respire com a parte superior (com o peito), mas tente respirar com o diafragma. Faça um teste, antes de começar, coloque uma mão no peito e respire, o ideal é sua mão não levantar. A única coisa que sobe é seu umbigo. Perceba como seu corpo reage.
Note que terá um turbilhão de pensamentos, é normal. Coisas como eventos diários ou problemas vão aparecer na sua mente. Deixe-os aflorarem e os observe. Contemple o fluxo de pensamentos, sem se deixar levar por eles (esse é o pulo do gato!). Foque sua atenção para o momento atual, para o aqui e o agora. Continue respirando e relaxando cada vez mais. Algumas pessoas gostam de ir focando a atenção para as pontas dos pés e pensar em comandos como “relaxe”, e ir subindo para os joelhos, pernas, quadril, peito, braços e cabeça, respectivamente. Também funciona.
Outra técnica é respirar em tempos. Inspire, segure, solte, segure, inspire... Escolha um número tipo 4 e vá contando mentalmente. Naturalmente sua respiração vai ficando menos intensa. É esperado que seu corpo faça de tudo para que você saia desse estado, ao menos no início. Coceira na ponta do nariz, desconfortos, mil e um motivos para você desencanar e ir assistir televisão. Tenha disciplina, você tem muito a ganhar com isso. Boa sorte e namastê.
Referência:
MENEZES, C. B.; DELL’AGLIO, D. D. Os efeitos da meditação à luz da investigação científica em Psicologia: revisão de literatura. Psicologia: Ciência e Profissão. Brasília. v.29. n.2 . 2009 (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932009000200006&script=sci_arttext)

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