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Jung e as águas: Nadar onde outros afundam

  • Thiago Domingues
  • 25 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

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Sempre gostei de histórias, de todos os tipos. Sempre tive predileção por acompanhar aquelas que acompanhadas do potencial imaginativo, imprimem à narrativa uma vivacidade das “histórias de bastidores” que muitas vezes só quem esteve lá soube sentir, perceber, registrar com todos os sentidos.


É sempre difícil saber onde terminam os fatos e até que ponto eles se misturam às fantasias férteis de quem os conta. Em todo caso, prefiro ficar com a imagem, e a ressonância da verticalidade simbólica.


Esta história que vou contar ouvi de um professor mineiro (exímio contador de “causos”) em um encontro sobre a poesia na contemporaneidade. Trata-se de um (possível) encontro entre Jung e James Joyce.


O livro de Luís Augusto Fischer “ Filosofia mínima” também fala deste encontro e de lá retiro algumas preciosas contribuições.


Se Jung é meu maior mentor intelectual, não posso dizer o mesmo de Joyce, apesar não desconsiderar sua genialidade no trato da palavra. Para Haroldo de Campos o nome de Joyce (dando destaque aos seus livros Ulysses e Finnegans wake) é indispensável para compor o “Paideuma”, uma espécie de compendio de referências, da Poesia Concreta. Juntamente com outros grandes nomes como Ezra Pound, cummings, Oswald de Andrade e a poesia econômica de João Cabral de Melo Neto (para citar alguns nomes) Joyce e seu modelo de interpenetração orgânica do tempo e espaço é com certeza um dos grandes da literatura mundial.


Após algumas reviravoltas em sua vida, o escritor irlandês parte para Trieste, na Itália, e nasce Lucia, segunda filha de Joyce. Alguns anos depois a família muda-se para Suíça, onde alguns anos mais tarde, a sincronicidade (ou a fantasia) tratou de encontrar estes dois grandes pensadores da história mundial.


Como sabemos Jung iniciou sua carreira na clínica psiquiátrica de Burgholzli, Cantão de Zurique na Suíça. Os principais momentos do que é conhecido como “fase psiquiátrica” de Jung foram vividos lá com a companhia de Eugen Bleuler. Um marco importante deste período em Burgholzli foi a coordenação do laboratório de psicopatologia experimental e a consolidação de suas pesquisas sobre o método de associação de palavras, um dos passos mais importantes para o desenvolvimento da ideia de “complexo” que futuramente seria considerado como estrutura do inconsciente pessoal

.

Até aqui os dados são históricos e podem ser consultados em qualquer biografia sobre ambos. De agora em diante começa a história, que “validada” ou não, é maravilhosa!


Lucia apresentava sérias complicações decorrentes da esquizofrenia. Jung esteve com Lucia algumas vezes e Joyce solicitou uma conversa para saber da filha, pois intuía que ela tinha grande talento, tendo escrito coisas interessantes e inventado palavras, sendo, na visão de Joyce, criativa como o pai. Eis que Jung, em resposta, apresenta uma metáfora exemplar: “Sim, é possível dizer que a água é a mesma. Mas nessa água você nada, enquanto ela afunda”.

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